Década de 40. Campinas é uma cidade em franco desenvolvimento, com uma população de quase 130 mil habitantes e bairros que se multiplicam ao redor de fábricas e estradas. O município está entre as treze maiores cidades brasileiras, com um giro comercial de 27,5 bilhões de cruzeiros e uma produção industrial de 12 bilhões. É inegável a importância da cidade enquanto centro educacional. Com apenas duas faculdades (a de Filosofia, Ciências e Letras, e a de Administração e Ciências Econômicas), Campinas não consegue atender a quantidade de alunos que se formam anualmente.
Neste cenário, considerando a existência de duas escolas médicas na capital paulista, surge um movimento que reivindica Campinas como sede desse novo estabelecimento de ensino. Famílias que possuem filhos estudando em outros centros e médicos que atuam na cidade encontram nos artigos do jornalista Luso Ventura, redator-chefe do jornal “Correio Popular”, a oportunidade de atender a seus anseios.
O clamor dos campineiros pela criação de uma escola de medicina é inflamado pela Assembleia Legislativa do Estado com a criação de uma Faculdade de Direito subordinada à Universidade de São Paulo (USP). A criação de uma escola de direito é recebida com ironia, quando o que se reivindica é a criação de uma escola de medicina. O movimento em prol de uma Faculdade de Medicina passa a conquistar cada vez mais força e seguidores, com o apoio estratégico de representantes do poder público.
Duas décadas depois, em 1963, é criada a Faculdade de Medicina de Campinas. Sua história é contada no livro “FCM 50 anos – A realidade ultrapassou o sonho”, com lançamento marcado para o dia 28 de novembro, às 19 horas, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O livro tem 360 páginas e 250 fotografias. O texto utiliza elementos do jornalismo literário ao reconstruir diálogos de personagens reais e recriar situações familiares, tomando como referências entrevistas realizadas, depoimentos, livros e diversas outras fontes documentais.
Foram consultados os arquivos do Centro de Memória e Arquivo da FCM (CMA), do Centro de Memória da Unicamp (CMU), do Sistema de Arquivos da Unicamp (Siarq) e do Centro de Documentação (Cedoc) da Rede Anhanguera de Comunicação. Nos acervos pesquisados, foram consultados recortes de jornais, atas e ofícios, depoimentos e arquivos de imagem. Foram realizadas entrevistas com os chefes de departamento da FCM, com representantes de entidades representativas e ex-alunos da faculdade.
Projeto editorial e capítulos do livro
A pedra fundamental da Unicamp, lançada em outubro de 1966, serviu de base para a construção do projeto editorial, ao dividir a história da FCM e da própria Unicamp em “antes e depois” da transferência da universidade para o campus em Barão Geraldo. A primeira parte do livro vai do capítulo 1 ao 3 e narra a história de lutas, dificuldades e superação vivenciada nos anos iniciais da então Faculdade de Medicina na Universidade de Campinas.
A segunda parte começa a partir do capítulo 4 e busca contextualizar a história da agora, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, a partir de sua transferência o campus em Barão Geraldo, passando pelo Hospital de Clínicas, até chegar na atualidade.
A revisão histórica dos fatos narrados contou com a colaboração dos professores e ex-alunos das primeiras e segundas turmas do curso de medicina, Rogério Antunes Pereira Filho e João Luiz de Carvalho Pinto e Silva. Ambos acompanharam toda a trajetória da FCM, como alunos, docentes e diretores de diversas unidades administrativas.
O texto é da jornalista Camila Delmondes. A diagramação e projeto gráfico são de Bruno de Jorge, com o apoio de Emilton Barbosa de Oliveira. A revisão é da jornalista Maria Alice Cruz e a impressão é da gráfica RR Donneley. A publicação conta com o apoio exclusivo da Unimed Campinas. O livro não será vendido.