Centro Acadêmico Adolfo Lutz comemora 50 anos

Na noite desta terça-feira (21), no Espaço Terrazza, em Campinas, mais de 300 pessoas entre alunos, docentes e funcionários celebraram os 50 anos de existência do Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL). O Centro Acadêmico foi fundado em 22 de maio de 1963, dois dias após a aula inaugural da Faculdade de Medicina de Campinas, hoje denominada Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

Uma exposição histórica com as primeiras edições de “O Patológico”, jornal publicado desde 1964 pelo CAAL, foi montada na entrada do salão. Uma placa comemorativa pelo cinquentenário foi descerrada pelos representantes da atual gestão e de anos anteriores, congregando gerações. Alguns ex-alunos e ex-diretores do Centro Acadêmico deram depoimentos emocionados e contaram como eram os tempos “austeros” de lutas acadêmicas.

“Adolfo Lutz foi o terceiro nome na lista de escolhas para o Centro Acadêmico. Os dois anteriores já haviam sido registrados. Estamos satisfeitos até hoje com essa escolha”, disse o professor Rogério Antunes Pereira Filho, primeiro secretário do CAAL.

Julieta Chicharo foi aluna da 23ª turma de medicina e editava “O Patológico” e conta que o jornal era feita de forma artesanal, até de madrugada. Os artigos eram datilografados e as gravuras recortadas e colocadas na edição. “Na minha época, o jornal era muito aguardado e prestigiado”, disse a psiquiatra infantil formada pela FCM. Chicharo contou também que quando caloura todos os alunos eram “mimados” e em nenhum momento de sentiu desconfortável ou com medo por ser politizada. “E olha que estávamos saindo de um período de ditadura”, relatou.

 Sobre o CAAL

O Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL) é a entidade máxima de representação dos estudantes de Medicina da FCM e tem participação histórica em momentos políticos e educacionais na faculdade. Fez campanha para a instalação do campus da universidade e de um hospital-escola, culminando com a construção do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Participou, na década de 1980, na reestruturação do Movimento Estudantil, enviando delegados ao Congresso de Reconstrução da UNE e tomando parte na formação do Diretório Central dos Estudantes da Unicamp (DCE).

Participou também do processo de institucionalização e estruturação dos órgãos colegiados da Universidade.  Na campanha das Diretas Já, trouxe a discussão para a realidade da Unicamp à época e lutou pela democracia dentro da Universidade. Na década de 1990, articulou o movimento pela conquista do Hospital Estadual de Sumaré (HES) que passou a ser gerenciado pela FCM da Unicamp.

Ainda no início da década de 1990, o CAAL se posicionou de maneira crítica às propostas de Exames de Habilitação para o exercício da medicina e, posteriormente, acompanhou e participou, junto à Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM), das discussões e do andamento do Projeto Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação das Escolas Médicas (CINAEM).

Durante a primeira década dos anos 2000, participou ativamente do processo de reforma curricular do curso médico da Unicamp e, em 2006, organizou junto aos estudantes o apoio à Greve Nacional dos Residentes.

O CAAL atua, ainda, na realização de eventos científicos, culturais, publicações internas e confraternizações, participando da organização da Semana de Recepção dos Calouros do curso de medicina e realizando eventos como a Noite Cultural, o Congresso de Arte e Saúde da Unicamp (CASU), o ShowMed e o OktoberMed e o Workshop de Medicina da Unicamp; além de editar o jornal estudantil “O Patológico”.

Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UInicamp