A Associação Brasileira de Ensino Médico (ABEM) promoveu pela primeira vez sua assembleia nacional dentro de uma reunião regional. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira (23) no anfiteatro 1 da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O objetivo da reunião foi refletir sobre a avaliação do ensino médico no Brasil. À mesa de abertura do evento, representantes dos professores, alunos, coordenadores de graduação, médicos-residentes, Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e da ABEM nacional e Regional São Paulo.
De acordo com o coordenador de graduação do curso de medicina da FCM da Unicamp, Wilson Nadruz Júnior, a faculdade tem sido pioneira em processos de avaliação de seus alunos, dentre eles o Teste de Progresso, conduzido pela professora Angélica Maria Bicudo, uma das responsáveis pela reforma curricular do curso de medicina da FCM. “Reforçar a parceria com a ABEM vai reverberar em todo o país a importância da avaliação”, disse Nadruz.
Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira, Jorge Curi, a qualificação de médicos é motivo de preocupação. Curi ajudou a formular as questões para o exame do Cremesp do ano passado e disse que, para o Conselho, foi a forma pensada, naquele momento, para avaliar os alunos do Estado de São Paulo que estavam se formando. “Precisamos unir forças para avaliar melhor o aluno das escolas médicas. Tenho simpatia pelo Teste de Progresso”, disse Curi.
Bruno Guerreta Belmonte, representante da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM), acha importante a reunião da ABEM para repensar como melhor avaliar os alunos. “Nós [alunos] temos um papel importante nesse processo e vamos levar para as nossas escolas médicas as experiências retiradas desse encontro”, disse Belmonte.
Eliana Martorano Amaral, assessora da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp e professora da FCM, elogiou a participação da ABEM na aproximação entre docentes e discentes e citou a associação, fundada em 1962, como exemplo no processo de qualificação profissional. Segundo Eliana, discutir se um processo de avaliação é perfeito ou não é perda de tempo se todos os personagens (alunos, professores, coordenadores de curso) não estiverem juntos. “O maior erro é não fazer avaliação. A avaliação deve ser aprimorada, de forma contínua, e o processo de aprendizagem deve ser usado na educação”, disse Eliana.
Durante a apresentação resumida dos objetivos e ações da ABEM, Jadete Barbosa Lampert, presidente da associação, entregou à FCM a moeda institucional comemorativa dos seus 50 anos. Quem recebeu a medalha foi o coordenador de graduação em medicina da faculdade, Wilson Nadruz Júnior. Na mesma ocasião foi entregue ao professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Benedictus Philadelfo de Siqueira a medalha comemorativa da instituição, uma honraria concedida àqueles que se destacaram dentro da ABEM. Benedictus foi o criador do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinae), que teve atuação importante na avaliação das escolas na década de 1990. A medalha foi entregue por Sigisfredo Luis Brenelli, diretor da ABEM Regional São Paulo.
Ainda na parte da manhã, a professora Maria Eugenia Vanzolini, do Centro de Desenvolvimento da Educação Médica da Universidade de São Paulo (USP), proferiu a palestra "Avaliação das Escolas Médicas". A reunião continua na parte da tarde e se encerra no sábado, ao meio-dia.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
Fotos - Marcelo Oliveira - CADCC-FCM/Unicamp