A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp foi convidada para indicar concorrentes ao Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2012. A carta-convite foi recebida pelo diretor da FCM, Mario José Abdalla Saad no final do ano passado. Pesquisadores da FCM nível 1A do CNPq foram incumbidos de indicar um ou mais candidatos ao prêmio. A indicação foi feita em fevereiro deste ano. O nome dos pesquisadores e dos indicados é mantido em sigilo, conforme normas estabelecidas pelo prêmio Nobel.
Esta é a segunda vez que Instituto Karolinska convida a FCM para indicar concorrentes ao Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia. A primeira vez foi em 2010. O convite coloca a faculdade em pé de igualdade com instituições de ensino de renome internacional como Cambridge, Oxford, Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard que participaram, regularmente, da indicação de nomes nas diferentes áreas do conhecimento para o prêmio.
“O convite à FCM para indicar novamente um nome para concorrer ao prêmio Nobel de Medicina recai, seguramente, na qualidade de suas publicações. Isto coloca a faculdade como referência em pesquisas nacionais e internacionais”, disse o diretor da FCM, Mario José Abdalla Saad.
Em 2010, a FCM mantinha 153 linhas de pesquisa com 1.005 projetos com financiamento, Fapesp, Capes e CNPq e outros. Foram publicados 656 artigos científicos em periódicos internacionais e 242 em periódicos nacionais; 196 capítulos de livros e 897 resumos, além da apresentação de mil trabalhos em congressos, quase a metade internacionais. Também em 2010 foram defendidas 171 dissertações de mestrado e 108 de doutorado. Foi requerido o registro de duas patentes em nome da instituição. A produção acadêmica total da FCM chegou a 3.844 trabalhos, incluindo palestras ministradas e atividades assistencial e de extensão.
O americano Bruce Beutler, o francês Jules Hoffmann e o canadense Ralph Steinman receberam o Prêmio Nobel de Medicina de 2011. Beutler e Hoffmann receberam o prêmio pelo estudo na década de 1990 da imunidade inata. Eles descobriram proteínas receptoras que conseguem reconhecer os microorganismos que atacam o corpo e que ativam a "imunidade inata", o primeiro passo da resposta imune do corpo. Steinman recebeu postumamente o prêmio pela descoberta das células dendríticas. O cientista canadense demonstrou que estas células possuíam uma capacidade única para ativar os linfócitos T, fundamentais na imunidade adaptativa e no desenvolvimento de uma memória imunológica contra diferentes substâncias.
O prêmio Nobel foi criado em 1901 pelo inventor sueco Alfred Nobel, criador da dinamite. O prêmio tem o objetivo de reconhecer pessoas que tiveram atuações marcantes nas áreas da física, da química, da medicina, da literatura e da paz. Tradicionalmente, medicina é a primeira área a receber o prêmio Nobel. Os prêmios são entregues em dezembro em Estocolmo, Suécia, exceto o da paz, que é entregue em Oslo, Noruega.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP
Foto: Mário Moreira - CADCC-FCM/UNICAMP