O Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde (GEHCsaúde) do Centro de Memória e Arquivo da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e a Rede de Pesquisa Interdisciplinar em História da Medicina e das Ciências da Saúde em São Paulo (RedeHiss) realizaram na sexta-feira (2) uma reunião, de caráter interinstitucional, para aumentar o conhecimento acerca da história das ciências da saúde.
Na abertura da reunião, as professoras Márcia Barros da Silva, do Departamento de História da USP e Maria Gabriela Marinho, do Centro de Engenharia e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC, fizeram uma apresentação sobre a RedeHiss e o trabalho desenvolvido por ela para a ampliação do campo da História da Medicina e da Saúde em São Paulo.
“Percebemos que há uma pulverização nas pesquisas da área de história das ciências da saúde e isso reduz as nossas forças para avançar nesse campo. A motivação inicial da rede é constituir um esforço comum para fortalecer a articulação, troca, interlocução e intercâmbio da produção desses estudos. Nosso desafio é realizar um encontro internacional no final de 2012”, disse Gabriela.
O professor Everardo Duarte Nunes, do Departamento de Saúde Coletiva da FCM, falou sobre sua experiência no ensino das Ciências Sociais no curso de medicina da Unicamp. O professor André Motta enfoquou a disciplina Medicina e Humanidades na Faculdade de Medicina da USP, de onde ele é professor.
“Desde a criação em 2007, o GEHCsaúde da FCM vem tentando se situar nesse enorme e abrangente espaço chamado história, história das ciências e mais história da saúde. Para nós, é muito importante a presença de historiadores e não historiadores neste encontro”, disse Everardo.
A RedeHiss foi criada em 2008. Integra a RedeHiss pesquisadores da Faculdade de Medicina e FFLHC da USP, Instituto Butantã, Universidade Federal do ABC e Unicamp. Participam da rede 207 membros espalhados pelo Brasil. As reuniões são mensais.
“Por haver uma proposta de criação de uma possível disciplina de história da saúde no curso de graduação em medicina da FCM e essa interssetorialidade entre as universidades é que propusemos que a última reunião desse ano da RedeHiss fosse na FCM”, explicou Ana Luiza de Oliveira e Oliveira, doutorando do programa de Saúde Coletiva da FCM e membro da RedeHiss desde a sua fundação.
Após o encontro, houve o lançamento da tradução do livro “Civilização e Doença”, de Henry E. Sigerist. O texto de apresentação da edição brasileira foi escrito pelo professor Everardo Duarte Nunes. "O que acontece no limitado campo da medicina parece ter acontecido no mundo, em geral a tecnologia venceu a corrida contra a sociologia. A era da máquina clama por ajustes sociais e econômicos no campo da medicina, e em todos os demais campos". A edição é da Editora Hucitec.
Texto e fotos: Edimilson Montalti – ARP-FCM/UNICAMP