Pesquisadores da FCM ganham prêmio por pesquisa contra o câncer

Os pesquisadores José Barreto Campello Carvalheira e Guilherme Zweig Rocha, do Laboratório de Oncologia Molecular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp recebem nesta sexta-feira (5), às 10h30, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e a Faculdade de Medicina da USP, o Prêmio Octavio Frias de Oliveira de Personalidade de Pesquisa em Oncologia.

A iniciativa, realizada em parceria com o Grupo Folha, tem como objetivo premiar a produção de conhecimento nacional na prevenção e combate ao câncer. Em sua segunda edição, o evento visa reconhecer e estimular as contribuições daqueles que estão comprometidos com a área oncológica e seus avanços. O Prêmio é concedido em duas categorias: Personalidade de Destaque e Pesquisa em Oncologia.

Na primeira categoria, o vencedor foi escolhido por uma comissão julgadora composta por membros do Icesp e do jornal Folha de S. Paulo, além de cientistas e membros da sociedade comprometidos com o tema, que selecionaram o vencedor dentre sete nomes indicados. Já na segunda categoria, foram mais de 20 trabalhos inscritos durante dois meses.

Carvalheira e Rocha são premiados pela pesquisa “Efeito do paclitaxel na via IRS/PI3K/ Akt/mTOR em linhagem de adenocarcinoma de mama e carcinoma de pulmão”. O trabalho foi publicado na edição de junho do Jornal da Unicamp. Eles, juntamente com outros pesquisadores, testaram com sucesso uma nova via bioquímica para o tratamento do câncer.

O estudo associou a metformina, o principal medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, ao quimioterápico paclitaxel, droga utilizada em pacientes com câncer de mama e pulmão. Nos estudos realizados in vitro e em cobaias, os pesquisadores conseguiram inibir o crescimento do tumor.

“Esta associação representa um avanço na terapia-alvo e surge como nova linha de tratamento para os pacientes com câncer”, disse Barreto.

Ao perceberem que tanto o paclitaxel quanto a metformina atuavam na AMPK isoladamente, tanto na quimioterapia quanto no tratamento do diabetes, os pesquisadores resolveram associar os dois medicamentos para o tratamento do câncer de mama e pulmão. De acordo com os resultados do estudo, a combinação entre metfotmina e paclitaxel tem efeito antitumoral capaz de induzir a interrupção do ciclo celular do tumor cancerígeno.

“Observamos que o tratamento de metformina com paclitaxel resulta na parada do ciclo celular na fase anterior à mitose e diminui o crescimento tumoral em animais em relação aos tratamentos isolados e ao grupo controle. Assim, podemos sugerir que a associação das duas drogas potencializa a ativação da AMPK e leva a uma diminuição da atividade de vias de crescimento, proliferação e diferenciação celular. Esta pode ser uma alternativa mais eficiente para o tratamento do câncer”, explicou Rocha.

Segundo o diretor geral do Icesp, Paulo Hoff,  o controle do câncer será atingido de diferentes formas, por cidadãos e instituições, públicas ou privadas, que fazem a diferença, graças a seu engajamento e por promoverem a assistência e a pesquisa na área oncológica. Os vencedores recebem uma premiação em dinheiro, no valor de R$ 8 mil reais, além de um certificado.

Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP
Foto: ASCOM-UNICAMP