Especialista em distúrbios do sono faz palestra na FCM

 

A influência do exercício físico no ritmo biológico e no sono em indivíduos adultos foi o tema da palestra ministrada, nesta quinta-feira (28), por Marco Túlio de Mello, professor livre docente da disciplina de medicina e biologia do sono do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no anfiteatro do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Mello foi convidado pelo programa de pós-graduação em Enfermagem da FCM.

Segundo estudos do professor em educação física com pós-doutorado em psicobiologia, há mais de 150 distúrbios do sono. Na população masculina, o mais comum é a apneia e na feminina é a insônia. As pessoas que têm apneia normalmente são obesas. A atividade física reduz o peso corporal e fortalece as vias respiratórias superiores, melhorando o sono. Uma das características das mulheres que têm insônia é a ansiedade. O exercício físico funciona como ansiolítico e antidepressivo e acaba refletindo numa boa noite de sono.

Os exercícios físicos influenciam também os ritmos circadianos, coisas que se repetem ao longo de dias ou meses e forçam uma adaptação do organismo ao ciclo claro e escuro. Das 24 horas do dia, metade delas permanecemos no claro. Mas ao ligar a televisão, a lâmpada ou o computador em casa à noite, o organismo recebe a luz e entende que é dia. “Isso acaba alterando o padrão de sono das pessoas”, disse Mello.

Para o pesquisador da Unifesp que estuda os distúrbios do sono, hoje as pessoas são mais estressadas, obesas e não se desligam em relação ao trabalho e à vida social. Artigos científicos mostram que os melhores exercícios físicos para minimizar o impacto disso são os aeróbicos e a musculação. Na opinião de Mello, o processo de inatividade física é tão grande na população que seria interessante falar “faça”, independente do que. “Uma caminhada ou uma corrida são exercícios físicos conceituados e acessíveis para a população. Além de diminuir o peso, melhora o sono”, concluiu.

Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP