O acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame, é a doença que mais causa mortes e incapacidade física no Brasil. O derrame cerebral pode ser de dois tipos: o isquêmico, que é a falta de circulação numa área do cérebro devido à obstrução de uma ou mais artérias por placas de gordura, e que acomete pessoas mais velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão, problemas vasculares e fumantes; e o hemorrágico, um sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em função de hipertensão arterial, problemas na coagulação e traumatismos.
Os sinais de AVC são: fraqueza ou amortecimento súbito de um lado do corpo; dificuldade súbita para falar, enxergar, compreender, andar ou equilibrar-se; tontura ou dor de cabeça súbita, sem causa aparente.
O neurologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Li Li Min ensina três manobras que permitem identificar até 75% dos casos de AVC: pedir que o paciente estique os braços, pois se estiver acometido não conseguirá sustentar um dos membros; pedir que dê um sorriso, sendo que um desvio da rima labial denotará fraqueza da musculatura facial; e pedir que repita uma frase, a fim de verificar a articulação da fala. Entretanto, ressalta o especialista, há micro acidentes vasculares cerebrais que podem acometer uma pessoa ao longo da vida levando-a a um estado conhecido por demência.
Este é um dos temas que será abordado nos dias 3 e 4 de junho nos anfiteatros do conjunto de salas de aula da FCM durante o V Encontro AVC Campinas. Outros temas programados são orientações básicas sobre prevenção e reabilitação de pacientes. Este tema é aberto para o público leigo. Dentro da programação do sábado, a fisioterapeuta Eveline Polezel, do Centro de Reabilitação de Souzas, Campinas, irá demonstrar os benefícios da Wii-terapia em pacientes com AVC. A professora Adriana Conforto, da USP de São Paulo, também falará sobre sua pesquisa “Estimulação transcraniana”. Ela utiliza ondas magnéticas para despolarizar o cérebro e ativa os neurônios.
“Ambientes virtuais parecem beneficiar na recuperação motora de pacientes com AVC. A Wii-terapia é uma linha de pesquisa que estamos desenvolvendo num projeto chamado Destine. Diferente do clássico AVC em que uma pessoa fica subitamente paralisada ou esquecida, uma grande parcela da população está com perda de memória. Quando você faz uma investigação das causas, você percebe que ela teve pequenos AVCs que se somam ao longo do tempo. Tem muita coisa que podemos fazer pelo paciente com AVC”, explicou Li Min, coordenador do V Simpósio AVC Campinas.
As inscrições para participar do evento custam de R$ 60,00 a R$ 120,00 e podem ser feitas na hora. A programação completa dos dois dias está disponível no site www.lepedic.com.br.
Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP