Pão integral, alface, queijo branco e cenoura ralada. Este foi o lanche preparado por Bruno Cesar Boiati da escola Maria Luiza Pompeu de Camargo, de Campinas. Normalmente ele não come assim. A refeição no almoço e jantar é arroz, feijão e fritura. Mas o que “estragou” mesmo, segundo Bruno, foi o refrigerante. “Minha mãe tem um bar e tomo refrigerante todo dia”, disse o aluno que está acima do peso.
Bruno e mais 108 alunos das escolas públicas Maria Luiza Pompeu de Camargo e José Narciso V. Ehrenberg participaram nesta sexta-feira (27) do projeto nutrição e qualidade de vida organizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INTC) de Hipertensão, Diabetes e Obesidade da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A Unicamp é detentora de nove INCTs aprovados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, num total de 123 espalhados pelo Brasil. Proporcionalmente, a Unicamp é a maior contemplada do país com esse tipo de projeto.
Os alunos que participaram deste projeto-piloto foram divididos em turmas e passaram por uma avaliação sobre medidas de peso, altura, cálculo de IMC e peso ideal; medidas de prega cutâneas, circunferência da cintura, diagnóstico de dados nutricionais, medida de pressão arterial e glicêmica nas arenas do prédio de Habilidades da FCM. Depois, em forma de rodízio, participaram de dinâmica com alimentos normais, diet e calóricos e palestras sobre alimentação adequada, obesidade e diabetes. Os efeitos do exercício físico sobre a obesidade e o diabetes foram demonstrados aos alunos por meio de palestras, dinâmicas e natação de cobaias de laboratório. Na prática, depois do circuito de atividades, montaram e comeram seus próprios lanches, calóricos ou não.
Segundo a nutricionista e professora da FCM Patrícia Oliveira Prada, as crianças estão se alimentando mal e o tema é bem pertinente e atual. E as dinâmicas frisam o conteúdo das palestras sobre nutrição e alimentação saudável e incute nas crianças e adolescentes o gosto pela ciência. “Até o final do ano o foco será esse: educação nutricional e os benefícios da atividade física”, disse Patrícia.
Para o professor José Antônio Rocha Gontijo, responsável pelo projeto INTC Hipertensão, Diabetes e Obesidade, o objetivo dos INTCs é popularizar a ciência e levar o conhecimento produzido nas universidades para a sociedade, divulgando as pesquisas de diferentes grupos. “Queremos mostrar que a universidade não está num pedestal, mas sim próxima das pessoas. As palestras foram montadas numa linguagem simples de fácil entendimento. As próximas turmas serão bem maiores e vamos diversificar mais as atividades”, explicou.
As próximas escolas programadas para participar do INCT Hipertensão, Diabetes & Obesidade são: em agosto, as escolas Raul Pila e Clotilde B. Von Zuben, com 142 alunos; em setembro, a escola Odila M. Rocha Brito com 146 alunos; em outubro, a escola Maria Pavanatti Fávaro com 168 alunos e em novembro a escola Oziel Alves Pereira com 149 alunos. Até o final do ano, 714 estudantes do oitavo e novo anos do ensino fundamenta terão passado por este projeto da FCM da Unicamp.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP
Fotos: Mercedes Fátima Santos - CADCC-FCM/UNICAMP