Semana Brasileira de Enfermagem discute ética e inovação

 

Mais de 300 pessoas participaram na amanhã nesta quinta-feira (19) da solenidade de comemoração da 72ª. Semana Brasileira de Enfermagem. O evento ocorreu no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A Semana Brasileira de Enfermagem acontece de 12 a 20 de maio em homenagem a Florence Nightingale, fundadora da enfermagem moderna que nasceu em Florença, Itália, em 12 de maio 1820 e à morte de Anna Nery, pioneira da enfermagem no Brasil, falecida em 20 de maio de 1880. O tema deste ano da 72ª. Semana Brasileira de Enfermagem é “Cuidado de Enfermagem, Ética e Inovação”. A organização do evento é da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) São Paulo e Campinas e dos Departamentos de Enfermagem da FCM e do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

Segundo a enfermeira e representante Conselho Regional de Enfermagem, Luciana Carvalho Silva, o que torna a enfermagem forte e expressiva são as parcerias e trabalhos conjuntos. Para o presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) Campinas Mauro Antonio Pires Dias da Silva, o tema deste ano é oportuno por colocar a inovação sob o olhar da ética. De acordo com o professor do Departamento de Enfermagem da FCM, nem toda inovação é boa. “Há pesquisas inovadoras que causam mais malefícios do que benefícios”, alertou Mauro.

O presidente da ABEn Campinas disse também que a associação está engajada em aprovar o Projeto de Lei das 30 horas de trabalho para a categoria. Gostando ou não, disse Mauro, o trabalhador da enfermagem está clamando pela redução das horas de trabalho. “Somos 350 mil enfermeiros no Estado de São Paulo. No Brasil, passamos de 1,5 milhão. É questão de honra apoiarmos a categoria”, disse.

A chefe do Departamento de Enfermagem da FCM da Unicamp Maria Isabel Pedreira de Freitas também concorda que nem toda inovação é boa e que nem todo artigo científico atual é o mais importante. Ela recomendou aos alunos realizarem pesquisas inquisitivas que mudem a prática da enfermagem e ajudem à saúde do Brasil. Em sua fala, Isabel ressaltou que ética é postura. “Uma coisa que está faltando no país é postura. Os jornais estão cheios de pessoas que representam a população e não têm postura. Cada um de nós, cada pessoa nesse Brasil é responsável pela postura, pela atitude que assume frente à vida”, disse Isabel.

Em nome da diretoria da FCM, Isabel ventilou a criação da Faculdade de Enfermagem da Unicamp. O coordenador-geral da Universidade, Edgar Salvadori De Decca, disse que a enfermagem tem um papel fundamental na área da saúde e que a reitoria dará o apoio necessário para a criação da Faculdade de Enfermagem. “A saúde tem hoje na área de enfermagem um sistema de princípios fundamentados na valorização da qualidade de vida. Há promessas inovadoras que acabam resultando em erros irreparáveis. Ética é algo inegociável”, disse De Decca.

O professor e enfermeiro Paulo Cobellis Gomes da Faculdade Santa Marcelina fez a palestra da manhã “Cuidado de enfermagem, ética e inovação”. Ele disse que é muito fácil falar ser humano e por vezes difícil ser humano em uma categoria profissional que se propõem a trabalhar na busca do alívio do sofrimento humano, precursionar uma vida plena e manejar uma morte com dignidade. “Isto não é para qualquer tipo de pessoa, precisa ser especial, como os enfermeiros”, disse Cobellis.

À tarde, três oficinas foram programadas: “Anotação de enfermagem: retrato da assistência prestada”,  “Questões éticas e legais no atendimento cotidiano” e “Processo de enfermagem em tempos de SAE e CIPE”. A 72ª Semana Brasileira de Enfermagem termina com uma confraternização na boate do Tênis Clube de Campinas, às 19 horas.

Participaram da solenidade Gilberto Tadeu Reis Silva, presidente da ABEn São Paulo e Pedro Humberto Scavariello, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.

Texto e fotos: Edimilson Montalti