Fonoaudiologia descerra painel de fotos. Homens são destaque de turma

A sexta turma do curso de fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp descerrou hoje (14) o painel de fotos dos formandos de 2010. Na parte da manhã, aconteceu a aula da saudade, conduzida pelas professoras Lúcia Figueiredo Mourão e Marilda Baggio Serrano Botega, paraninfa e patronesse, respectivamente, da turma. A coordenadora do curso de fonoaudiologia, Maria Francisca Collela dos Santos, parabenizou os alunos por esta conquista e disse que este é um momento de grande emoção. Em seu discurso, ela ressaltou algumas das características dessa turma: segurança, postura e domínio do conhecimento. “A transformação de vocês aconteceu de forma satisfatória e vocês estão prontos para atuar na área que escolheram. Essa etapa terminou. Outras virão. A FCM, o IEL e o Cepre estarão de portas abertas para vocês. Espero que a fonoaudiologia lhes proporcione grandes alegrias”, disse Maria Francisca.

A diretora-associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, disse que no final do ano há sempre festividades e confraternizações. Na sua opinião, uma das mais importantes é a de encerramento de curso, que representa uma etapa muito importante na vida dos alunos e também dos professores. Em sua mensagem para os formandos de 2010 do curso de fonoaudiologia, Rosa Inês aguarda que muitos retornem para continuar a carreira acadêmica e um dia fazer parte do corpo docente da faculdade. “Nós aprendemos a gostar e a admirar todos vocês. Deixamos as fotos de vocês aqui para dizer que essa sempre será a casa de vocês”, disse a diretora-associada da FCM.

HomensHomem é coisa rara nos cursos de fonoaudiologia. Que diga os formandos Walace Luis de Souza, Ricardo Carvalho de Oliveira, Renato Lyuiti Kinoshita. Cada um tem uma história para contar. Walace veio da escola pública. Ele é formado em mecânica e é técnico em segurança do trabalho. Ricardo prestou Estatística na Unicamp em 2005. Ele achava que tinha alguma coisa a ver com a área de exatas. Ficou um ano no curso e em 2007 decidiu pela área das ciências biológicas. Renato também queria essa área. Prestou vestibular para farmácia e colocou a Fonoaudiologia como terceira opção. Entrou para ver como era o curso. Hoje, estão se formando, mas algumas lembranças eles levaram para sempre, no maior bom humor.

Como o curso é tradicionalmente composto por mulheres e as professoras acabam tornando as falas no gênero feminino. Eles se acostumaram com o “bom dia meninas” e dizem que levaram isso numa boa. Na opinião dos três, a relação com as garotas na sala de aula foi bem tranquila e com as professoras também. Às vezes eles eram chamados de “máfia” ou “Clube do Bolinha”. Ricardo disse que irá receber dois diplomas: um de fonoaudiólogo e outro de sobrevivência. “A gente brinca, mas no fundo elas nos ajudaram, se preocuparam conosco, nos deram broncas e conselhos. Foi assim o curso todo”, comentou. Na opinião de Walace, é muito senso comum pensar que não pode haver amizade entre homem e mulher. “Já aconteceu muita discussão entre nós por causa disso. Se você gostar do curso, você não vai dar mais importância para isso”, conclui Walace.

O curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas foi criado em 2001 e é coordenado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Inclui também a participação de outras unidades, como o Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW) e o Instituto de Biologia (IB). Anualmente, são oferecidas 30 vagas em período integral para o curso de Fonoaudiologia. A duração é de quatro anos, no mínimo. No vestibular de 2010, a relação de candidatos na primeira fase do vestibular foi de 8,4 por vaga.

Texto: Edimilson Montalti
Fotos: Péricles Lima