A entrada da Unicamp, a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e monumentos de Campinas foram iluminados de azul durante a semana do dia 14 de novembro. Esta ação marca o Dia Mundial do Diabetes e faz parte da campanha mundial da Federação Internacional de Diabetes e da Sociedade Brasileira de Diabetes para a conscientização da doença que atinge cerca de dez milhões de pessoas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Em Campinas e na Unicamp, a campanha foi coordenada pelo endocrinologista e professor do Departamento de Clínica Médica da FCM, Walter José Minicucci. Na Unicamp, a campanha contou com a participação dos alunos de medicina da Liga do Diabetes e Hipertensão. Eles entregaram panfletos informativos na rampa de acesso ao Hospital de Clínicas (HC), balões e fitas azuis e realização de atividades junto às crianças atendidas no ambulatório de pediatria. Em Campinas, no domingo (14), na Lagoa do Taquaral, foram realizados 800 testes de glicemia capilar, avaliação de pressão arterial e cálculo de índice de massa corporal nas pessoas que passaram por lá.
“O Dia Mundial do Diabetes não é um dia de comemoração. É um dia de advertência. Como o trabalho era muito para um dia só, resolvemos estender as ações por uma semana. A participação dos alunos me entusiasmou muito, pois são eles que darão continuidade à campanha no futuro. Para o próximo ano, pretendemos estender as ações educativas para outros locais de Campinas, como o Largo da Matriz, o centro da cidade e o mercado municipal, locais de grande movimento”, explicou Minicucci, fazendo um balanço da campanha, cujo tema até 2013 será “Educação e Prevenção”.
De acordo com Minicucci, a tendência é que ocorra um aumento de 70% no número de diabéticos no mundo nos próximos 20 anos. A população de diabéticos deve saltar de 270 milhões para 350 milhões e o grande vilão será a obesidade. E no Brasil não deve ser diferente. “Tivemos uma transição muito rápida de alimentação no país. Saímos de um quadro de desnutrição e subnutrição. A população está comendo melhor, mas isso trouxe o risco da obesidade. Cerca de 50% dos brasileiros tem sobrepeso e isto aumenta o risco do diabetes”, disse Minicucci.
O impacto maior da campanha é no sentido de conhecimento. Até dez anos atrás, 52 % da população brasileira não sabia que tinha diabetes e pouca gente conhecia a respeito da doença. Ao longo desse tempo, por conta das campanhas educativas, da ação da imprensa e do advento da internet, as informações sobre o diabetes têm sido muito mais difundidas e divulgadas. “Se uma pessoa possui antecedentes de diabetes na família e está com sobrepeso, a conscientização ajuda a evitar o sedentarismo. Se uma criança apresenta sintomas como muita sede, vontade de urinar, fome e perda de peso, ela pode estar com diabetes. Em toda campanha temos batido nesses pontos para prevenir o diabetes e evitar o risco do diabético em amputar um membro, ficar cego ou fazer diálise”, alertou o especialista.
Texto: Edimilson Montalti
Fotos: Rose Oliveira