Pesquisa da FCM ganha prêmio em congresso com estudo sobre a ativação plaquetária em dislipidemias

O trabalho “Avaliação de plaquetas reticuladas e ativados em pacientes dislipidêmicos” da aluna de mestrado Patricia Lima dos Santos ficou entre os 10 melhores trabalhos apresentados no “First European Joint Congress of European Federation of Clinical Chemistry (EFCC) and European Union of Medical Specialists (UEMS) ” e  1º Congresso Nacional do Laboratório Clínico ocorrido em Lisboa, Portugal, no mês de outubro. O estudo concorreu com outros 200 trabalhos do mundo todo. Para a premiação, foram avaliadas a apresentação oral e gráfica do pôster e a qualidade científica do estudo.  A apresentação do trabalho foi feita pela orientadora da tese, a professora Helena Zerlotti Wolf Grotto, do Departamento de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A pesquisa foi realizada com 100 pacientes com dislipidemias (níveis elevados de gordura no sangue) atendidos no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e contou com o apoio de pesquisadores do Laboratório de Marcadores Celulares e Citologia do Hemocentro da Unicamp.

As plaquetas são ativadas em uma variedade de doenças inflamatórias. Plaquetas ativadas (PA) expressam receptores para proteínas adesivas e liberam citocinas – grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imune e inflamatória. As plaquetas reticuladas (PR) são plaquetas jovens e servem de marcadores da produção das plaquetas pela medula. São mais ativas do que as plaquetas maduras. As lesões ateroscleróticas são reconhecidas como uma forma de inflamação crônica. O objetivo do estudo foi avaliar se em pacientes com níveis elevados de lípides há uma ativação maior das plaquetas, quando comparados com pacientes normais, o que poderia contribuir para a formação da lesão aterosclerótica.

“As plaquetas, embora sejam mais conhecidas pelo seu papel na formação do  coágulo, são muito importantes durante o processo inflamatório. Pelo resultado do estudo, observamos que tanto as plaquetas maduras como as reticuladas estão mais ativadas nos grupos de pacientes com colesterol e triglicérides elevados quando comparados com pacientes normais, o que deve contribuir  para a formação da placa aterosclerótica e consequente obstrução dos vasos,  o que aumenta o risco cardíaco”, comentou Helena. O estudo também comparou o grau de ativação dessas plaquetas entre as diferentes formas de dislipidemias, porém não houve alterações significativas entre os grupos, o que sugere que as alterações plaquetárias acontecem independentemente do tipo de alteração lipêmica que os indivíduos apresentam.

Texto e foto: Edimilson Montalti