Profissionais de enfermagem de Campinas e região que atuam em centros cirúrgicos e de esterilização participam nesta quinta-feira (11) e amanhã de um encontro que acontece no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O tema do encontro é “Questionar para evoluir: uma inquietação necessária”. O pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Mohamed Habib fez a palestra de abertura do evento. Segundo Mohamed, cerca de 80% da população vive em centros urbanos e 13% em condições de pobreza.
“Criamos situações ambientais extremamente perigosas que representam riscos e que levam a doenças e até a morte. A bactéria, o vírus e o fungo não reconhecem poder aquisitivo do cidadão e isso acaba recaindo sobre os hospitais e o atendimento à saúde. O problema é de toda a sociedade”, disse o pró-reitor.
Ainda segundo Mohamed, os hospitais são o palco do que acontece do lado de fora da sociedade e espera-se que os profissionais da área da saúde sejam a voz, o grito de “basta” para que as tecnologias sejam mais cautelosas, estudadas e respeitadoras do princípio da aplicação. Como exemplo, Mohamed citou doenças causadas pelo uso de agrotóxicos e cosméticos, alguns banidos do mercado após anos de uso.
“A cada minuto, duas crianças morrem de malária. É uma doença silenciosa causada por erros ambientais. Criamos ambientes urbanos cheios de problemas que acabam desembocando nos hospitais, como alergias e doenças respiratórias. Crimes, drogas e violência são reflexos do ambiente. Houve uma evolução biológica, mas um retrocesso racional”, acrescentou Mohamed.
O encontro é promovido pelo Hospital de Clínicas (HC), Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism) e Departamento de Enfermagem da FCM da Unicamp.
Texto e imagem: Edimilson Montalti