Hipócrates disse que "a vida é breve; a Arte, vasta; a crise, efêmera; a experiência, perigosa; e a decisão, difícil”. Cedo ou tarde, ao final dos seis ou mais anos de graduação do curso de medicina, os alunos se deparam com a angustiante decisão de qual especialidade médica seguir. Existem no mínimo 53 especialidades e 54 áreas de atuação reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Além delas, inúmeras outras funções podem ser desempenhadas pelo profissional médico.
Com tantas opções, a dúvida na escolha de uma especialidade é bem comum. Por isso, a Associação Atlética Acadêmica Adolfo Lutz (AAAAL) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp promove até o dia 30 de setembro, o Congresso Médico de Especialidades, para auxiliar o futuro médico na difícil decisão de qual carreira seguir. Renomados especialistas foram convidados para o evento. Dentre os assuntos programados estão as carreiras pública, administrativa e científica, as especialidades clínica e cirúrgica, os convênios médicos, as entidades de classe e os desafios e perspectivas para o jovem médico do século XXI.
“No final do ensino médio, nos deparamos com a angustiante decisão entre exatas, biológicas e humanas. No final do sexto ano de medicina, temos que decidir qual especialidade seguir na residência médica. Quanto mais cedo os alunos conhecerem as especialidades médicas, mais tempo eles terão para pensar. O objetivo do Congresso é esclarecer e facilitar essa escolha”, explicou o terceiranista do curso de medicina e secretário da AAAAL, Rafael Miranda da Costa, que espera, nos três dias do Congresso, entre 150 e 200 alunos do primeiro ao sexto ano de medicina.
Vivian Naomi Horita e Ricardo Mondoni Madureira estão no primeiro ano do curso de medicina. Ambos vieram de São Paulo. Escolheram a Unicamp pela fama da Universidade. Até agora, o curso de medicina atendeu às suas expectativas. Os dois aproveitam o Congresso para conhecer melhor o que os esperam num futuro bem próximo. “Quero conhecer todas as especialidades agora para ter uma ideia melhor do curso”, disse Vivian. “A Unicamp é muita aberta à pesquisa. Sabendo das especializações, posso direcionar meus estudos ou para o lado da pesquisa ou da atuação clínica”, comentou Ricardo.
Para o professor Rogério Antunes Pereira Filho, há muitas opções e também distorções na hora da escolha. Antigamente, segundo Antunes, escolhia-se a especialidade porque gostava. Hoje, escolhe-se porque há vaga na residência médica ou porque vai permitir uma maior independência financeira. “Quando me formei, a cardiologia terminava em angina de peito. Hoje, a angina de peito é apenas o começo das várias especialidades. A nefrologia terminava em insuficiência renal. Hoje, é apenas o começo. Cabe sim, ao especialista, uma boa formação generalista. Isso dá confiança e desenvoltura para atender o paciente com parcimônia e seriedade. Esse caminho é inexorável”, disse Antunes, que se formou na primeira turma do curso de medicina da Unicamp, em 1968.
As inscrições para o Congresso Médico de Especialidades podem ser feitas no mesmo dia, no local do evento. Nesta quarta (29) e quinta-feira (30), as palestras acontecem nos anfiteatros 1 e 2 do conjunto de salas de aula da FCM, a partir das 18h30. A programação está disponível em www.aaaal.com.br
Texto: Edimilson Montalti