No início do curso, Rafael Gomes queria ser como Hunter "Patch" Adams, médico americano cuja história virou filme, conhecido por seu estilo baseado no afeto e na proximidade com os pacientes.
Com o tempo, viu que o mais provável seria virar um dr. House, personagem do seriado homônimo que sabe tudo de medicina, mas quer distância de gente.
"Na faculdade, nossa visão poética é destruída. Aprendemos que ser bom médico é saber resolver problemas", diz Gomes, 31, formado no ano passado pela Unicamp.
Ele não se considera um dr. House e atribui parte disso a um projeto do qual participou no último ano.
Coordenado pelo professor Marco Antonio de Carvalho Filho, o projeto surgiu da percepção de que os alunos do último ano não estavam à vontade com seus pacientes.
"A faculdade dá conhecimento técnico, mas não ensina a ser médico, a lidar com pessoas, a essência da profissão", diz Carvalho Filho.
Para ensinar empatia e compaixão a futuros médicos, há debates sobre ética e simulação de consultas com atores, de forma a treinar habilidades de comunicação.