Na manhã de ontem (23), a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp realizou o XIV Seminário dos Cursos de Aprimoramento, com a recepção dos novos alunos das turmas de 2015 e premiação dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) das turmas de 2014, dos cursos de Aprimoramento e Especialização da faculdade. Na ocasião, o professor Fernando Cesar Chacra, do Departamento de Pediatria da FCM, ministrou a palestra “Contribuições do Aprimoramento na inserção dos profissionais da saúde na Rede Pública”, com destaque para uma atuação não-violenta no cotidiano de trabalho. O evento também prestou homenagem à professora Maria Valeriana de Moura, primeira coordenadora dos cursos de Aprimoramento da unidade.
Participaram da mesa de abertura, o diretor da FCM Ivan Felizardo Contrera Toro, a coordenadora dos cursos de Aprimoramento, Maria Inês Rubo de Souza Nobre, a coordenadora dos cursos de pós-graduação, Rosana Teresa Onocko Campos, a coordenadora do Cepre, Angélica Bronzatto de Paiva e Silva, a diretora dos laboratórios do Hemocentro da Unicamp, Maria de Lourdes Barjas Castro e a assistente técnica de direção do Hospital da Mulher “Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti” (Caism), Celi Aparecida Maia Thiago.
Para o diretor da FCM, Ivan Toro, não existe momento mais feliz para um dirigente do que a entrada de novos estudantes. “Como universidade estamos fazendo a nossa obrigação, que é disseminar o conhecimento para melhorar as condições de atendimento dos nossos pacientes”. De acordo com ele, mesmo a FCM tendo formado mais de dois mil aprimorandos desde o início do programa, esse número ainda é pouco, frente às demandas do país. “O Brasil precisa de muita gente melhor preparada em todas as áreas. Essa diretoria vai trabalhar sempre para formar mais profissionais e com melhor qualidade”, afirmou.
De acordo com o professor Fernando Chacra, os profissionais que atuam na linha de frente do atendimento assistencial devem ter uma postura de ação não-violenta no cotidiano de trabalho, buscando sempre observar a condição de sujeito na relação com o outro, nesse, caso, com os pacientes. “É como se eu deixasse de ser o Fernando Chacra, pediatra, com toda a minha história, para me tornar um representante da medicina”, exemplificou.
Nesse sentido, o docente da FCM explicou que a dessubjetivação da ação acontece quando os profissionais da saúde passam a enxergar mais as questões relacionadas à patologia, diagnóstico e tratamento do que o próprio sujeito. “Perdemos a dimensão do todo, mas é preciso lembrar que os seres humanos têm diferentes dimensões (física e orgânica, psíquica, ético-espiritual, sociopolítica e cognitiva). A forma como essas necessidades são atendidas passam por nós, profissionais da saúde, que estamos atuando diretamente no cuidado dessas pessoas”, pontuou.
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A seleção dos alunos para os cursos de Aprimoramento é realizada através de processo seletivo que ocorre entre setembro a novembro de cada ano, com prova objetiva, entrevista e análise de currículo. A duração do curso escolhido é de doze meses, exceto para o programa de Física Médica Aplicada à Radioterapia que é de 24 meses. Os cursos têm início em março e terminam no último dia de fevereiro do próximo ano. A carga horária consiste em 40 horas semanais. Das 1.920 horas do curso, cerca de 20% são destinadas a atividades teóricas. As demais horas são destinadas às atividades práticas. Veja mais