Nesta seção, conversaremos sobre os principais mitos que os pais/cuidadores trazem nas consultas.
1) Existe alergia a lactose?
Não. As alergias em geral são reações do corpo contra proteínas de determinados alimentos, e a lactose não é uma proteína, e sim um carboidrato (“açúcar”) do leite. Existe a Intolerância a lactose, que ocorre por falta da enzima que digere a lactose e que não envolve mecanismo de alergia.
2) O nariz do meu filho está sempre escorrendo. Devo retirar o leite?
Este é um caso muito comum. A coriza contínua (nariz sempre escorrendo) não é sinal de alergia alimentar, e sim de outros problemas de saúde. Além disso, a retirada de um alimento deve ser sempre indicada e supervisionada pelo especialista.
3) Meu filho recebeu diagnóstico de alergia a determinado alimento. Posso diminuir a quantidade desse alimento na dieta, ao invés de retirar?
Não. Quando realmente há o diagnóstico de alergia alimentar, o consumo de qualquer quantidade de alimento leva ao risco de desenvolver reações alérgicas.
4) Não quero realizar o tratamento da rinite com os medicamentos todos os dias para o meu filho. Posso usar a “vacina”?
A imunoterapia – popularmente conhecida como “vacina” – tem suas indicações corretas. Este não é um tratamento “milagroso”, nem todas as crianças se beneficiam dele e nem todas podem usá-lo.
5) Alergia a corante é comum?
Não. Apesar de muito se falar dela, a alergia verdadeira a corantes não é comum. O que ocorrem com frequência são reações adversas ao consumo de alimentos industrializados (que contem diversos ingredientes além do corante) ou uma reação que nem e relacionada ao próprio alimento em si, sendo confundida com “alergia ao corante”.
6) Quero levar meu filho ao médico alergista e fazer uma bateria de exames para descobrir a que coisas ele é alérgico. É possível?
O diagnóstico de alergia não é tão simples assim! Na verdade, o que mais é levado em consideração é a história que os pais contam (relação causa-efeito). Exames são secundários. E a depender do exame, este pode vir positivo sem necessariamente significar uma alergia, levando a exclusão de alimentos, por exemplo, sem necessidade.
7) Ouvi dizer várias vezes que “a bombinha de asma vicia e é perigosa”. É verdade?
Não. As medicações na forma de “bombinha” são extremamente seguras, não viciam. Para quem tem indicação, é mais arriscado ficar sem a “bombinha” do que utilizando a mesma, porque os efeitos colaterais são poucos e há risco da crise de broncoespasmo ser grave.
8) Meu filho é alérgico a ovo. É verdade que ele não pode receber as vacinas de gripe, sarampo e febre amarela?
As vacinas de gripe e sarampo (tríplice viral) atuais podem ser dadas nas crianças com história de alergia a ovo. A vacinação contra febre amarela deve ser avaliada dependendo da reação contra o ovo que a criança teve, para avaliar se pode ser liberada com supervisão ou se a criança precisa passar por um processo chamado de “dessensibilização” para depois poder ser vacinada.