Autores:
Isabelle Monteiro, Fernanda Garanhani de Castro Surita,
Introdução: A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, e que deve ser abordado pelos profissionais de saúde. As diversas formas de violência podem levar à problemas de saúde mental, abuso de substâncias, hospitalizações, suicídio e também complicações da gestação e depressão pós-parto. Objetivo: Avaliar a adesão ao preenchimento do campo sobre violência doméstica nos ambulatórios de atendimentos pré-natal e pós-natal da área de Obstetrícia do CAISM. Metodologia: estudo retrospectivo, com coleta de dados sobre o preenchimento de itens específicos da ficha pré-natal sobre violência armazenados em banco de dados entre maio e outubro de 2021, contemplando os ambulatórios Arboviroses e Covid-19, Retorno Rápido, e os serviços especializados de Endocrinopatias, Hipertensão, Infecções, Medicina Fetal, Patologias Gerais, Pré-natal Adolescentes, Pré-natal Alto Risco e Revisão Pós-parto. Valores de frequência absoluta e relativa foram empregados para avaliar se foi explorada durante a consulta a exposição à violência doméstica, os tipos de violência e a avaliação de risco. A análise descritiva dos resultados foi feita mediante a tabulação dos dados em planilhas do Microsoft Office Excel® 2013. Resultados: Foram analisadas 3.624 consultas. Em 1.072 (29,6%) foi questionado sobre violência e em 70,4% não foi registrado no prontuário o preenchimento do campo sobre violência. Nos diferentes ambulatórios de especialidades, o pré-natal de adolescente foi o que mais registrou os dados (52,11%) e o pré-natal de infecções o que menos registrou (17,93%). Nos prontuários em que o campo foi preenchido (n=1072), 53 (5%) mulheres relataram algum tipo de violência. Os tipos relatados foram: psicológica (27,8%), física (27,8%), financeira (15,7%), moral (14,8%), sexual (13%) e outros (0,9%). Em diversos casos, mais de um tipo de violência foi relatado, a associação mais comum foi entre violências física e psicológica (11,5%). A avaliação de risco foi feita em 71,3% dos casos em que houve relato de algum tipo de violência. O risco foi avaliado como baixo em 64,9% dos casos e alto, em 2,6%. Discussão: A adesão à triagem de violência foi baixa, mas a triagem efetiva da violência durante o pré-natal é eficaz na identificação de casos que não foram relatados previamente. Assim, há uma oportunidade de abordagem durante consultas de pré-natal, visto que é um período em que mulheres frequentam o serviço de saúde com regularidade. Conclusão: Os tipos mais prevalentes de violência foram violência física e psicológica, sendo comum a sobreposição e a classificação como baixo de risco. A adesão dos profissionais de saúde à triagem de rotina da violência foi baixa. O pré-natal é uma janela de oportunidade para rastrear e abordar a violência de gênero. PALAVRAS-CHAVE: Violência contra a mulher; Cuidado Pré-natal; Cuidado Pós-parto; Profissionais de Saúde.
PALAVRA-CHAVE: Violência contra a mulher; Cuidado Pré-natal; Cuidado Pós-parto; Profissionais de Saúde
ÁREA: Ginecologia e Obstetrícia
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
FINANCIAMENTO: CNPq
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