Autores:
Karina Colombera Peres, Gabriela Cristina da Silva,
Introdução A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso central (SNC) e causa a desmielinização dos axônios, fator esse que dificulta a transmissão de informação neurônio-neurônio. Isso acontece devido a uma grande produção de linfócitos T reativos, que são direcionados à bainha de mielina e outras proteínas, causando o processo inflamatório. Estudos prévios mostram que o gene IL7R tem participação na ligação da interleucina 7 (IL-7), responsável pela maturação dos linfócitos B e ativação de células T, e em casos de sinalização excessiva, pode ser associada à EM. O gene CXCL13 tem função quimioatrativa para os linfócitos B, tendo envolvimento também no recrutamento de células B no SNC em casos de EM. A identificação de polimorfismos (SNPs) a partir destes genes selecionados pode ser útil na verificação da suscetibilidade genética e prognóstico de casos clínicos, visto que a localização do SNP tem grande influência na produção e função proteica. Objetivo Nosso objetivo foi investigar as consequências genéticas e proteicas na presença de polimorfismos nos genes IL7R e CXCL13. Metodologia Foi realizada uma análise bioinformática das proteínas alteradas para avaliar os impactos na função e estabilidade proteica na presença dos SNPs. Resultados Vinte e um (21) SNPs do gene IL7R e 4 SNPs do gene CXCL13 foram considerados deletérios por 75% das ferramentas computacionais, com destaque para os SNPs rs193922644 (IL7R) e rs200446959 (CXCL13) deletérios em 100%. Análises pós-traducionais demonstram maior estabilidade proteica na presença do novo resíduo e a ferramenta HOPE esclarece que essas modificações danosas envolvem tamanho, carga e hidrofobicidade do novo resíduo. Discussão Essas alterações podem se correlacionar com a maior presença e atividade da proteína na EM uma vez que os estudos demonstram maior expressão destes na doença. As interleucinas estão diretamente relacionadas a resposta imunológica, a IL-7, em particular, é uma das responsáveis pela maturação dos linfócitos B. O mal funcionamento deste mecanismo pode levar a uma resposta inflamatória inadequada. Já a quimiciona codificada pelo gene CXCL13 também possui ligação com os linfócitos B, contudo, de forma quimioatrativa, além do recrutamento dessas células no SNC. Conclusão Em conclusão, demonstramos, com o uso de ferramentas computacionais, que 21 SNPs do gene IL7R e 4 SNPs do gene CXCL13 podem acarretar alterações de estrutura e função da proteína, com destaque a dois SNPs como potenciais candidatos para investigação em pacientes com EM.
PALAVRA-CHAVE: autoimunidade; interleucina; biomarcador; linfócito B
ÁREA: Gestão, Qualidade e Tecnologias de atenção à saúde
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
FINANCIAMENTO: Bolsa Unieduk
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