Autores:
Beatriz Verona Oliveira, Ricardo Porto Tedesco, Beatriz de Oliveira,
Introdução: A rotura prematura de membranas ovulares (RPM) refere-se à perda da integridade das membranas, com saída de líquido amniótico pela vagina, em gestações com mais de 20 semanas, na ausência de contrações uterinas de trabalho de parto. Quando essa ruptura ocorre antes da 37ª semana gestacional, é denominada rotura prematura das membranas pré-termo (RPM-PT). O melhor momento e via de parto para gestantes que tiverem tal complicação são discutíveis, não havendo um consenso. Tradicionalmente, recomendava-se que o parto deveria ser realizado na 34ª semana gestacional por indução do trabalho de parto ou por cesariana. Todavia, a fim de minimizar os riscos da prematuridade, a conduta expectante (prolongar até a 37ª semana) é atualmente recomendada por alguns autores. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico sobre a temática em análise e, através de um estudo observacional retrospectivo, foi possível, em um hospital público no interior do estado de São Paulo, coletar dados primários utilizando prontuários das gestantes que apresentaram RPM-PT tardio durante o período de Janeiro de 2022 à Janeiro de 2023, e que foram submetidas à conduta expectante. Resultados: Um total de 91 gestantes foram incluídas no estudo. Como desfecho da conduta expectante, observou- se uma prevalência de 51,6% de parto vaginal, ; 3,3% das gestantes apresentaram quadro de ansiedade durante a internação; 4,4% hipotonia uterina pós parto; 9,9% adquiriram infecção da cicatriz operatória e 6,6% apresentaram corioamnionite. Houve maior prevalência em gestações com 36 semanas e 5 dias. Ao analisar os desfechos neonatais, verificou-se que 76,9% nasceram prematuros; 62,6% foram considerados com baixo peso ao nascer. Ademais, 25,3% apresentaram desconforto respiratório, necessitando intervenção ventilatória e 2,2% sepse presumida. Não houve óbito na amostra. Discussão: Como desfecho da conduta expectante, observou- se que o parto vaginal foi prevalente. Ao analisar a meta-análise de Duff (2018), que avaliou ensaios clínicos randomizados, observou-se que 1,3% dos neonatos pré-termo tardio apresentaram corioamnionite na conduta do parto imediato, ao passo que no presente estudo encontrou-se uma taxa de 6,6%. Ademais, a frequência de sepse no estudo analisado foi 2,6% e na amostra estudada foi de 2,2%. Conclusões: Apesar da frequência de corioamnionite ter se apresentado superior ao se comparar com a conduta de 34 semanas, a incidência de sepse apresentou-se menor, o que evidencia uma melhor evolução neonatal. Dessa forma, aguardar até 37 semanas apresentou-se a melhor opção. Entretanto, são necessários mais estudos acerca da rotura prematura de membranas no pré-termo tardio, justamente por haver controvérsia na literatura.
PALAVRA-CHAVE: Rotura prematura de membranas fetais; Nascimento prematuro; Complicações na Gravidez
ÁREA: Ginecologia e Obstetrícia
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
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