Autores:
Andrei Fernandes Joaquim, Fellipe de Paula, Rodrigo Cozar Silva,
A cirurgia cervical por via posterior (CCVP) é complexa e a escolha da técnica a ser utilizada dependerá das características da doença, local de acometimento na coluna e características do paciente. Estudos epidemiológicos bem como avaliações dos resultados e complicações cirúrgicas ajudam na tomada de decisão e no aconselhamento pré-operatório dos pacientes quanto aos riscos e benefícios dos procedimentos. Dessa forma, foi realizado um estudo coorte retrospectivo para avaliar a epidemiologia e as complicações das CCVPs de pacientes de todas as idades submetidos a cirurgia entre 2010-2020 no HC da Unicamp coletados por meio de consulta ao prontuário físico e/ou eletrônico, no total foi encontrado 161 pacientes que foram divididos quanto sexo, idade, etiologia da patologia: Degenerativa, Traumática, Congênita, Neoplásica e Outras (Infecciosas, inflamatórias...) e também em relação a anatomia da coluna cervical, sendo classificados em: Cervical superior (entre occipital a C2), Subaxial (C3-C7), Cervical-Torácico (transição entre coluna cervical e torácica) e Misto (junção de 2 ou mais das anteriores). Outrossim, foi avaliado as complicações decorrentes do pós-operatório sendo divididas em clínicas: Pneumonia, infecção do trato urinário (ITU), Trombose venosa profunda (TVP) e Trombo embolia pulmonar (TEP) e em cirúrgicas: Infecção de sítio, Hematoma, Fístula Liquórica, Deiscência, Comprometimento neurológico, Reoperação Precoce (na mesma internação), Reoperação Tardia (em outra internação), Quebra de instrumental, Pseudoartrose, Morte e Outros. De maneira geral, sobre a epidemiologia destacaram-se picos de incidência de CCVPs para tratamento de traumatismos em homens jovens, doenças degenerativas em idosos de ambos os sexos e doenças congênitas mais comumente em mulheres, já as complicações, graves foram pouco frequentes, sendo que a infecção de sítio cirúrgico (6,2%) e a necessidade de reoperação tardia (4,3%) foram as mais recorrentes. Ao se comparar com dados encontrados na literatura, os resultados encontrados foram similares no que tangem as complicações, destacando-se a diferença na epidemiologia sendo que foi encontrado maior incidência de causas traumáticas nos pacientes do HC da Unicamp e degenerativas em estudos feitos em Hospitais de outros países. Por fim, o entendimento da epidemiologia e das complicações é fundamental para a tentativa de preveni-las bem como orientar de forma adequada os pacientes antes dos procedimentos.
PALAVRA-CHAVE: Cirurgia, cervical, via posterior, epidemiologia, complicações
ÁREA: Cirurgia
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
FINANCIAMENTO: CNPq
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