Autores:
Marcela dos Santos de Deus , Letícia Fernanda Garrucho Antonio, Beatriz Nadaleto Alves, Maria Luiza Leme Camargo , Kaique Cesar de Paula Silva ,
Introdução. O câncer (CA) é uma das principais causas de morte no mundo, por isso a importância de se estudar sobre os novos tratamentos (1).Ao se estudar mundialmente a incidência de CA em ambos os sexos, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o CA de mama ocupa a primeira posição, sendo o segundo o câncer de pulmão e terceiro, CA de próstata. Atualmente há um novo tratamento que tem como foco esses cânceres, o bevacizumabe, conhecido como Avastin, um anticorpo monoclonal recombinante o qual inibe o fator de crescimento endotelial vascular humano A (VEGF- A), afetando o crescimento tumoral (3). Metodologia. Foram utilizados 21 artigos contemplando o assunto pesquisado, com as palavras chaves: “bevacizumab”; “cancer”; “anti-angiogenic therapy” nas bases de dados do PubMed, Google Acadêmico e Elsevier, além de consultas no site do INCA (Instituto Nacional de Câncer) e IARC (International Agency for Research on Cancer). Foram critérios de inclusão artigos em inglês e português, realizados entre os anos de 2007 a 2023. Dentre os critérios de exclusão temos os artigos que não contemplavam assunto compatível com o presente estudo. Resultados. Dois importantes estudos recentes investigaram o emprego de bevacizumabe na quimioterapia: GOG218 e ICON7, ambos abertos e randomizados de fase III. Ambos mostraram melhora significativa no quadro dos pacientes quando o medicamento é associado à quimioterapia padrão (QTP) (13). Outro estudo que avalia seu uso na recidiva de câncer ovariano registrou sobrevida livre de progressão (PFS) de 6,7 meses em comparação à QTP (3,4 meses) (13). Um estudo randomizado de fase III em pacientes com câncer de colorretal (CCR) metastático previamente não tratado mostrou um aumento de 30% na sobrevida global média (OS) e aumento de 71% na PFS para pacientes tratados com bevacizumabe mais irinotecano / 5-fluorouracil (5-FU) / leucovorina (LV), comparados com aqueles tratados somente com IFL. Além disso, dois estudos de fase II mostraram que a adição de bevacizumabe ao 5-FU / LV de primeira linha em pacientes com CCR metastático melhoram significativamente a PFS de 5,2 para 9 meses em um deles e de 5,5 para 9,2 meses (15). Em estudo analítico do uso de bevacizumabe no tratamento do CCR metastático, foram selecionados pacientes com CCR metastático não tratado para receber FOLFIRI mais bevacizumabe (grupo controle (GC)) ou FOLFOXIRI mais bevacizumabe (grupo experimental). A mediana de PFS foi de 12,1 meses no grupo experimental, em comparação com 9,7 meses no GC (20). Um estudo analítico da eficiência da adição do bevacizumabe ao tratamento do CCU, foram selecionados pacientes, que foram subdivididos em grupos com quimioterapia padrões e um com bevacizumabe e topotecano, e outro paclitaxel e bevacizumabe. A incorporação do bevacizumabe resultou em uma melhora significativamente na sobrevida global mediana em comparação com quimioterapia isolada (22). Discussão. Com base nos estudos analisados, o bevacizumabe associado à terapia padrão aumentou a SG e a TRO. Essa descoberta é relevante, considerando-se que os cânceres em estudo são líderes no ranking de incidências mundial e no Brasil e novas opções terapêuticas são necessárias para melhorar os prognósticos (12)(15)(20)(22). Os estudos GOG218 e ICON7 obtiveram o resultado de uma PFS e uma SG maior em pacientes que fizeram o tratamento combinado com bevacizumabe (13). Estes dados se relacionam fortemente com os resultados apresentados neste trabalho, destacando-se o uso do bevacizumabe para melhores desfechos. Os principais estudos do bevacizumabe como terapia de primeira linha para CCR metastático demonstram que ele apresenta benefício clinicamente significativo quando adicionado ao 5-FU intravenoso com ou sem irinotecano (15). O bevacizumabe também demonstrou melhorias significativas em combinação com esquemas de quimioterapia específicos, como FOLFOXIRI, no CCR metastático. Essa abordagem resultou em maior PFS e TRO em comparação com a QTP, abrindo novas perspectivas de tratamento para pacientes nesse cenário (20). Em relação ao estudo sobre o CCU, os dois grupos que utilizaram bevacizumabe como complemento da QTP obtiveram aumento da SG (17,0 meses vs. 13,3 meses). A taxa de resposta foi significativamente maior entre os pacientes que receberam bevacizumabe do que aqueles que não receberam (48% vs. 36%) (22). Embora o bevacizumabe ofereça benefícios terapêuticos importantes, é crucial considerar seus efeitos adversos(EAs) e segurança. Os EAs comuns incluem astenia, náuseas, hipertensão e cefaléia. A maioria desses efeitos é geralmente controlável e de gravidade leve a moderada. Entretanto, EAs mais graves e menos frequentes requerem monitoramento cuidadoso dos pacientes durante o tratamento (11) (13) (14) (15) (18) (22). Conclusão. O uso de bevacizumabe mostrou aumento da SG e em melhor resposta do tratamento, vale ressaltar que a seleção adequada de pacientes e a gestão dos EAs são essenciais para garantir o uso seguro do bevacizumabe.
PALAVRA-CHAVE: “bevacizumab”; “cancer”; “anti-angiogenic therapy”
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