XXXII CoMAU - 2023


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MEDIR PRESSÃO COM ESFIGMOMANÔMETRO ANEROIDE: CONHECIMENTO, HABILIDADES E AUTOCONFIANÇA DOS ESTUDANTES INGRESSANTES NO CURSO DE MEDICINA DURANTE PANDEMIA

Autores: Amanda Yumi Kochi, Cecília Governici Leite de Moraes , Suliana Yingmin Li, Flávia Lilalva de Holanda, Chloe Lury Gyotoku,



RESUMO

Introdução: A pandemia causada pelo vírus SARS-Cov-2 trouxe a necessidade de transposição do ensino presencial para o remoto, impossibilitando aos estudantes de Medicina praticarem algumas técnicas, como a medida da pressão, em ambientes simulados dentro das instituições de ensino. Objetivo: Identificar e comparar conhecimento, habilidade psicomotora e confiança dos estudantes de Medicina ingressantes durante a pandemia para medir a pressão arterial (PA) não invasiva com esfigmomanômetro aneroide. Metodologia: Estudo descritivo e transversal realizado com estudantes de Medicina ingressantes no curso, durante COVID-19, em uma faculdade situada no interior do Estado de São Paulo, no Brasil. Na data da coleta dos dados, novembro de 2022, o grupo que iniciou a jornada acadêmica em 2020 cursava o terceiro ano (Turma LII ) e o ingressante de 2021 estava no segundo (Turma LIII). Usou-se questionário semiestruturado criado pelas autoras, contendo a caracterização dos participantes, vida acadêmica e dados sobre conhecimento, habilidades e confiança elaborado, segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020. A coleta ocorreu após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Construiu-se o banco de dados em Excel e a análise dos dados foi realizada de forma descritiva e comparativa entre turmas (p<0,05), com frequências absoluta e percentual, utilizando-se o SPSS. Resultados: A amostra foi composta por 139 estudantes, com 57,9% de aceitação do total de convidados a participar da pesquisa. A maioria tinha idade até 22 anos (56%), era do sexo feminino (64,5%), solteira (97,1%) e branca (81,9%). Em relação a graduação médica, 51,1% ingressaram no curso em 2020 (Terceiranista em 2022) e 48,9% em 2021 (Segundanista em 2022). Durante esse período da vida acadêmica, 31,7% foram monitores e 78,8% realizaram atividades extracurriculares. Houve o relato de medição de PA em pessoa adulta para (95,6%) da amostra que respondeu; dentre os que mediram, as maiores frequências foram em paciente (84,7%) e em colega da faculdade (83,8%); o local mais frequente foi na casa do próprio estudante (68,7%). Além disso, o maior número de entrevistados não possuía o próprio aparelho de medir PA do tipo aneroide (50,4%). Em relação à anamnese, a ingestão de café foi a resposta mais referida pela turma LII (91,4%) do que pela LIII (73,8%), com p=0,014. O posicionamento do braço na altura do coração foi mais citado pela turma LII (74,2% x 51,7%), p=0,016. Quanto à percepção para medir a pressão, a maior frequência de respostas concordo/concordo totalmente foi para a turma LII: sou capaz de medir com esfigmomanômetro (p=0,016); estimar a PA apalpando a onda radial (p<0,001); segurar a campânula do estetoscópio (p=0,006) e identificar a Fase V de Korotkoff (p=0,012). Para a turma LII, 52,9% têm certeza de que o valor aferido da PA está correto, quando comparado a 28,8% da turma LIII (p=0,007). Discussão: A American Medical Association realizou o “Desafio de Verificação da Pressão Arterial”, em que somente 1 em cada 159 estudantes de Medicina conseguiram realizar a aferição da PA corretamente¹¹. De modo similar, no presente estudo, mostraram-se lacunas do conhecimento teórico e de habilidades para aferição da PA, tais como a maioria dos estudantes de Medicina não referiram que as costas devem estar apoiadas no encosto da cadeira e, os pés, apoiados no chão. De acordo com o artigo da Associação Médica Americana, cruzar as pernas aumenta a pressão sistólica de 3 a 8 mmHg, valor suficiente para mudar o diagnóstico do paciente de pré-hipertensão para hipertensão. Embora quase todos os estudantes tenham um estetoscópio próprio, menos da metade tem instrumento para medir a pressão. Conclusão: Verificou-se que os discentes de Medicina possuem confiança em seu conhecimento teórico, no entanto, não têm confiança no valor aferido. Ao comparar as turmas, há maior conhecimento, confiança e habilidades psicomotoras da turma que iniciou a graduação médica em 2020, em relação à 2021, indicando efeito cumulativo do tempo de estudo, mesmo em meio à pandemia.



PALAVRA-CHAVE: Estudantes de Medicina; Pressão Arterial; Covid-19; Competência clínica; Habilidade motora




ÁREA: Ciência Básica

NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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