Autores:
Bruno Teixeira Gomes, Marilda Mazzali,
Introdução Durante a pandemia de COVID-19, receptores de transplante renal apresentaram altas taxas de hospitalização e mortalidade. Há poucos dados sobre as repercussões renais tardias da infecção. Este estudo pretende avaliar a evolução de função renal e proteinúria de receptores de transplante renal pós-infecção. Metodologia Estudo unicêntrico de coorte prospectiva. Foram incluídos 321 receptores de transplante renal que sobreviveram à COVID-19 entre março/2020 e dezembro/2022. Foram avaliados os dados de função renal, proteinúria e imunossupressão nos períodos pré-infecção, 3 e 6 meses pós-infecção. Resultados A mediana de idade foi 50 anos, a maioria era do sexo masculino (58,9%) e receptor de doador falecido (79,4%), com mediana de tempo de transplante de 6,6 anos. Houve redução do grau de imunossupressão, partindo de um escore de Vasudev médio de 4,66 para 4,50 (p<0,001) e 4,54 (p=0,016) em 3 e 6 meses pós-infecção. Não houve diferença na taxa de filtração glomerular, que se manteve ao redor de 60 mL/min/1,73m2. Houve aumento significativo da proteinúria, que passou de média de 0,41 para 0,58 (p=0,006) e 0,57 (p=0,022) em 3 e 6 meses pós-infecção. A proporção de proteinúria ≥ 1,0 passou de 9% pré-infecção para 13% (p<0,001) em 3 e 6 meses. Os indivíduos com maior proteinúria tinham maior tempo de transplante, maior prevalência de rejeição de enxerto prévia, menor taxa de filtração glomerular e maior prevalência de anticorpos contra o enxerto. Conclusão Receptores de transplante renal com COVID-19 cursaram com aumento de proteinúria nos primeiros 6 meses após a infecção, sem alteração na taxa de filtração glomerular.
PALAVRA-CHAVE: Transplante renal, COVID-19, SARS-CoV-2, Pós-COVID, Proteinúria
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