Autores:
Diama Bhadra Vale, Hisa Matsumoto Videira, Camila Olegario Coelho, Mariana Miguel de Camargo, Helymar da Costa Machado,
Objetivo: Analisar os fatores clínicos e patológicos que influenciam a sobrevida de mulheres diagnosticadas com carcinoma espinocelular de vulva. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo analisando 109 mulheres diagnosticadas com câncer escamoso de vulva atendidas em um centro de referência em uma metrópole no Brasil entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019. Foram acessadas variáveis clínicas, estádio, recidiva e estado vital. Os principais desfechos foram sobrevida global e livre de doença, acessadas pelo método de Kaplan-Meyer com Log-Rank e regressão COX. Para análises comparativas foram utilizados o teste X2 e exato de Fisher, e o teste de Mann-Whitney. Resultados: Dos 108 pacientes selecionados para este estudo, a média de idade nos estadios IA e IB foi de 65,0 anos e nos estadios II+III+IVA de 71,1 anos. Treze pacientes foram diagnosticados com estadio IA, 42 com estadio IB, 46 com estadio II+III+IVA e 7 com estadio IVB. Nenhum paciente no estadio IA e 30 (65,21%) no estadio II+III+IVA apresentaram progressão da doença. O óbito foi observado em 15,38% no estadio IA, 35,71% no estadio IB, 86,96% no estadio II+III+IVA e em 100% dos pacientes no estadio IVB (p<0,0001). A Sobrevida Global em 5 anos (SG5) foi de 83,1% no estadio IA e 65,1% no estadio IB (p=0,206). A SG5 nos estadios II+III+IVA foi de 39,3%. Nos estádios IB e II+III+IV, quando a cirurgia foi o tratamento primário, observou-se maior SG. Na análise multivariada ajustada o risco de óbito em relação ao estadio I foi 10 vezes maior nos estadios II+III+IVA (10,65,2,52;44,94). A cirurgia seguida ou não de radioterapia adjuvante foi independentemente associada a uma proteção de 60% de morte em comparação à radioterapia isolada como tratamento primário (0,40; 0,23; 0,70). Conclusão: Das 109 pacientes avaliadas quase a metade foram diagnosticadas em estádios avançados. Nos estádios II+III+IV a taxa de progressão foi de 65,2% e a SG5 de 39,3%. A cirurgia foi associada a melhor sobrevida mesmo em estádios avançados.
PALAVRA-CHAVE: Neoplasia vulvar; Carcinoma de células escamosas; Análise de sobrevida
ÁREA: Ginecologia e Obstetrícia
NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa
FINANCIAMENTO: FAPESP
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