XXXI CoMAU - 2022


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PERCEPÇÕES SOBRE A DOENÇA DE GRAVES: UM ESTUDO CLÍNICO-QUALITATIVO DE RELATOS DE PACIENTES EM EUTIREOIDISMO E COM OFTALMOPATIA SOB SEGUIMENTO AMBULATORIAL UNIVERSITÁRIO ESPECIALIZADO.

Autores: JULIANO CESAR ALVES REIS, Egberto Ribeiro Turato,



RESUMO

Introdução: A Doença de Graves é um distúrbio autoimune e a causa mais comum de hipertireoidismo. A oftalmopatia de Graves é um distúrbio inflamatório imunomediado que causa a expansão dos músculos orbitais e da gordura a partir do edema e deposição de glicosaminoglicanos e colágeno. A maioria dos indivíduos que têm expansão de gordura, desenvolvem retração palpebral, proptose, além das manifestações da exposição ocular. Além disso, o acometimento ocular torna esta doença estigmatizante, o que pode ter importantes efeitos na qualidade de vida e saúde mental dos pacientes. Desse modo, a adequada compreenção dos significados simbólicos dessa enfermidade pelo médico pode melhorar o manejo e seguimento destes pacientes, alcançando melhores resultados terapêuticos. Objetivo: Explorar e interpretar significados emocionais/simbólicos de percepções de si relatadas por pacientes com doença de Graves em eutireoidismo e com oftalmopatia sob seguimento ambulatorial universitário especializado. Participantes e Método: A amostra foi construída intencional e sequencialmente, por encaminhamento do médico responsável do ambulatório de Disfunção Tireoidiana do HC-Unicamp; e fechada por saturação de informações teóricas. Foi utilizado o Método Clínico-Qualitativo - abordagem investigativa humanística desenvolvida para settings assistenciais. Foi empregado a técnica da Entrevista Semidirigida de Questões Abertas em Profundidade; além de observações livres, complementares, na coleta das falas dos participantes. O tratamento dos dados foi feito pela Análise de Conteúdo Clínico-Qualitativa à luz dos conceitos da Psicologia Médica, sobretudo os encontrados na obra de Michael Balint. Resultados e discussão: A partir da análise interpretativa dos relatos ficou evidente que, em alguns casos, somente o diagnóstico clínico-laboratorial da doença de Graves não é suficientemente capaz de responder às demandas psicológicas dos pacientes, o que pode prejudicar o médico e o paciente de firmarem um compromisso terapêutico. Para tanto, é necessário uma resposta apropriada às demandas dos pacientes através de um nível de diagnóstico mais aprofundado, no intuito de se alcançar os efeitos benéficos desejados da relação médico-paciente. Foi notado que alguns pacientes, principalmente os que apresentavam exoftalmia importante, mantinham um certo sofrimento apesar de estarem eutiroideos, manifestado por diversos sintomas psicológicos observados nas entrevistas. Entretanto, ao que parece, não encontraram espaço suficiente na consulta médica convencional para relatá-los, não recebendo resposta apropriada às suas demandas, perpetuando um estado não organizado de sua doença, a despeito de terem alcançado a normalidade clínica. Conclusões: Com este trabalho, mostrou-se necessidade de escutar os pacientes visando um melhor entendimento das percepções sobre sua doença, sendo por si só, uma boa parte da psicoterapia. Também foi destacado a importância do médico ajudar o paciente a enfrentar sua própria doença, assumindo papel de “espelho”. Ressalta-se que, para o cumprimento dessas recomendações, o médico tem que buscar uma mudança considerável da sua personalidade, além de tomar consciência da sua impetuosa função apostólica.



PALAVRA-CHAVE: Psicologia Médica, Doença de Graves, eutireoidismo, oftalmopatia, pesquisa clínico-qualitativa.




  Apresentação



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Estudo original de natureza quantitativa ou qualitativa

FINANCIAMENTO: FAPESP




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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