Autores:
Marco Aurelio Janaudis, Isabella Mei Inamura Yoshioka, Suzana Santos Ryu, Camila Kaori Hieda,
Introdução: Diante do progressivo envelhecimento populacional, atualmente, ocorre uma transição epidemiológica em que doenças crônico-degenerativas estão se tornando mais prevalentes em relação às infectocontagiosas. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma síndrome multifatorial de grande relevância nesse fenômeno, pois pode ser considerada como uma doença e, ao mesmo tempo, um fator de risco para diversas patologias crônicas, tornando-se um dos maiores desafios de saúde pública no mundo, principalmente, em indivíduos de idade avançada. Esse trabalho tem como objetivo investigar falhas de comunicação e de apreensão de informações pelo paciente adulto sobre sua condição clínica relacionada à HAS. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal e quanti-qualitativo em que a coleta de dados foi feita por meio de um questionário com perguntas previamente elaboradas e a Escala de Nível de Conhecimento sobre Hipertensão Arterial Sistêmica (ENCHAS), que avaliaram o conhecimento de diversas dimensões da HAS, como definição, tratamento e complicações. O tamanho amostral foi de 74 indivíduos para perguntas quantitativas e para a análise qualitativa, a amostra foi de 37 indivíduos. Foi realizada análise descritiva dos dados. Resultados: Os dados demonstraram que o perfil da população estudada é heterogêneo e corrobora com dados semelhantes da literatura. Houve o predomínio de participantes do sexo feminino, cor autorreferida branca, acima de 50 anos, renda familiar de 1 a 3 salários mínimos e escolaridade até o ensino médio completo. Ademais, os resultados elucidaram, com destaque, que grande parte dos portadores adultos de HAS não sabem definir ou explicar o que é a doença em si. Dentre as várias dimensões da HAS, as questões relacionadas ao ‘’ Estilo de vida’’ foram as que tiveram maior taxa de acertos entre os participantes. Além disso, quase a totalidade dos entrevistados não tem conhecimento sobre finalidade ou funcionamento dos medicamentos no controle da patologia. Dessa forma, 43,67% dos participantes alegaram que gostariam que o modo como os profissionais de saúde explicassem o tratamento para HAS fosse diferente. O uso de palavras mais simples, maiores explicações sobre os remédios usados e sua importância no tratamento, atendimento mais humanizado, meios de acesso para alimentação mais adequada para o regime terapêutico foram algumas das demandas. Discussão: Os dados identificaram lacunas de comunicação e de conhecimento dos pacientes sobre sua saúde em relação à HAS. Espera-se que essas informações sejam importantes para o autocuidado contínuo e integral do próprio indivíduo em relação a sua condição. Conclusão: Assim, os resultados podem ser de grande relevância para profissionais de saúde e órgãos públicos, principalmente na Atenção Primária à Saúde, para auxiliar na promoção de métodos e ações mais eficientes de conscientização sobre a doença e, consequentemente, agregar mais motivos e argumentos para que o próprio paciente se torne mais ativo e comprometido em relação a seu tratamento, de modo a prevenir o desencadeamento e desenvolvimento de eventuais complicações da HAS no futuro.
PALAVRA-CHAVE: Hipertensão, pressão arterial, conhecimento, doenças crônicas, prevenção.
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