XXXI CoMAU - 2022


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MIOCÁRDIO NÃO COMPACTADO: UM RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Nayara Freitas Siqueira , Fernanda Mayer, Claudia Helena Cury Domingos,



RESUMO

INTRODUÇÃO: Miocárdio não compactado (MNC) é uma cardiopatia congênita rara, em sua maioria autossômica dominante, caracterizada por apresentar hipertrabeculações e recessos profundos intertrabeculares resultantes de um comprometimento na fase de compactação da parede miocárdica, durante a quinta até a oitava semana de gestação. A prevalência em adultos é estimada em aproximadamente 0,05%. Isso se deve, especialmente ao subdiagnóstico desta entidade, pelo fato de ainda não existir um consenso quanto aos critérios e exames diagnósticos, mesmo que na grande maioria das vezes o primeiro passo seja feito através de ecocardiograma transtorácico e como complementação diagnóstica, a ressonância nuclear magnética, que tem conquistado cada vez mais espaço na identificação desta comorbidade. Diante disso, através desse estudo, é proposto uma discussão sobre as ferramentas diagnósticas, critérios propostos até o momento e a conduta mais adequada, com enfoque na Ressonância nuclear magnética (RNM). METODOLOGIA: Este artigo teve como base para sua formulação uma coletânea de artigos científicos nacionais e internacionais consultados nas bases de dados PubMed, SciElo e Google acadêmico, entre os anos de 2018 e 2022, utilizando como palavras chaves: miocárdio não compactado, miocardiopatia não classificada, cardiomiopatia primária geneticamente determinada. Concluída a revisão da literatura, foi iniciada a análise do prontuário do paciente acometido com Miocárdio Não Compactado, que está em acompanhamento no ambulatório de cardiologia do Hospital Electro Bonini. Uma vez que ambos os passos foram concluídos, este relato de caso e discussão a respeito do MNC, foi redigido. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 51 anos, compareceu ao ambulatório de cardiologia da Universidade de Ribeirão Preto em agosto de 2021 com quadro de precordialgia em aperto, desencadeados por esforço físico, sem irradiação, fugaz, de média intensidade, com melhora ao repouso e associado a palpitação, dispneia e sensação de tontura ao acordar. Apresenta como antecedentes pessoais dislipidemia, hipertensão, nega eventos cardiovasculares prévios e estava em uso de Rosuvastatina, AAS, Losartana e Anlodipino. Afim de elucidar o quadro anginoso atípico, foram solicitados radiografia de tórax, eletrocardiograma, teste ergométrico e ecodopplercardiograma, sendo que neste último, foram notadas trabeculações no miocárdio, não podendo excluir miocárdio não compactado. Frente a esse achado, foi solicitado uma Ressonância nuclear magnética do coração, a qual evidenciou câmaras cardíacas com dimensões e espessuras das paredes normais, porém com um aspecto não compactado do miocárdio em paredes apicais e com relação entre as proporções compactada e não compactada de até 2. Mesmo com esses achados, o diagnóstico ficou incerto, por não preencher todos os critérios determinados na avaliação da doença. DISCUSSÃO: A MNC é marcada por um amplo espectro de manifestações clínicas, que vão desde pacientes assintomáticos até complicações cardiovasculares de alta morbimortalidade, como arritmias e insuficiência cardíaca, contribuindo para a não suspeição da doença e, assim, para seu subdiagnóstico. Na maioria dos casos, o primeiro passo frente a suspeita de MNC é a realização de ecocardiograma transtorácico e a ressonância nuclear magnética. Ainda que esta última possa gerar menos resultados falso-negativos, quando comparado a outros exames de imagem, os critérios usados para o diagnóstico ainda não foram validados e requerem mais estudos para serem medidas definitivas no manejo do miocárdio não compactado. Mesmo com o constante aprimoramento na abordagem da doença baseados nos estudos de imagem, o que mais se aproxima de um padrão ouro são as análises anatomopatológicas na autópsia. CONCLUSÃO: Diante do exposto, pode - se notar que o paciente em questão não se enquadra nos critérios diagnósticos vigentes para miocárdio não compactado. No entanto, não há como desconsiderar sua história clínica e familiar, bem como os achados ecocardiográficos e da ressonância magnética. Assim como ocorreu com esse paciente, muitos outros não preenchem todos os critérios definidos para MNC, e não recebem o diagnóstico apropriado, o que culmina em uma subnotificação desta entidade. Desta forma, este relato teve como intuito discutir a respeito destes entraves diagnósticos, e contribuir para o aprimoramento no atendimento prestados aos pacientes portadores desta.



PALAVRA-CHAVE: miocárdio não compactado, miocardiopatia não classificada, cardiomiopatia primária geneticamente determinada




  Apresentação



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Relato de caso




XXXII CoMAU - 2023

29, 30 de Setembro e 01 de Outubro de 2023
FCM/Unicamp


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