Autores:
Thaíza Stéfani Silva, Amanda Brait Zerbeto e Regina Yu Shon Chun
INTRODUÇÃO: A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), da Organização Mundial da Saúde, é uma ferramenta que possibilita descrição do nível de funcionalidade e incapacidade, considerando limitações para atividades cotidianas e participação social de diferentes condições de saúde como na Doença de Parkinson (DP), população alvo deste estudo por sua alta incidência na população idosa.
OBJETIVOS: Analisar aspectos de linguagem e funcionalidade na percepção de familiares de pessoas com DP, utilizando a CIF.
MÉTODOS: Estudo descritivo e transversal vinculado à pesquisa “Condições de produção da linguagem, de participação e funcionalidade de pessoas com DP utilizando a CIF”, aprovada pelo CEP sob CAAE 79692417.1.0000.540. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com familiares de pessoas com DP, com aplicação de questionário de perfil sociodemográfico e perguntas para a seleção de qualificadores relativos a 33 categorias da CIF. Participaram nove familiares, que assinaram o TCLE, após explicação da pesquisa. Realizou-se análise de frequência de qualificadores das categorias da CIF.
RESULTADOS: Apresentam-se resultados parciais. Os familiares tinham idade média de 54 anos, eram em sua maioria do sexo feminino, com ensino médio completo, não trabalhavam fora de casa, moravam com a pessoa com DP. As pessoas com DP apresentaram idade média de 69 anos, maioria do sexo masculino, com ensino fundamental completo e tempo médio de doença de 11,3 anos. No componente de Funções do Corpo, as categorias relatadas com maior deficiência pelos familiares foram nas funções de: memória, mentais da linguagem, vestibulares, voz, articulação, fluência e ritmo da fala, e movimentos involuntários. Na categoria funções mentais da linguagem, oito familiares relataram deficiência, sendo que três familiares classificaram como deficiência leve, três como deficiência moderada e dois como deficiência grave. Em relação à fluência e ritmo de fala, seis referiram deficiência, três familiares classificaram como deficiência leve e dois como deficiência grave. No componente Atividades e Participação, categorias com maior dificuldade estavam relacionadas à linguagem oral e escrita (falar, conversação, interações com outras pessoas e utilização dos movimentos finos da mão), classificadas com dificuldade por mais de 50% dos familiares, e às Atividades de Vida Diária-AVD (realização de tarefas domésticas, comer e vestir-se e lidar com estresse). Na categoria utilização dos movimentos finos da mão, todos os familiares relataram deficiência, seis classificaram como deficiência moderada. Para comer, oito familiares relataram dificuldade, três classificaram como grave e três como moderada e dois como leve. No componente Fatores Ambientais, a maioria das categorias foram citadas como facilitadoras. As atitudes dos amigos e serviços relacionados ao transporte (três classificaram como barreira) foram citadas como barreiras para autonomia e independência, necessitando da presença do familiar.
CONCLUSÃO: Conhecer a percepção de linguagem e funcionalidade dos familiares é relevante para planejamento de ações e realizar intervenções grupais com esse público, a fim de potencializar a autonomia da pessoa com DP e qualidade de vida do familiar. As dificuldades nas categorias de Atividades e Participação relacionadas à linguagem, AVD e relacionamentos interpessoais podem aumentar o grau de dependência da pessoa com DP em relação ao familiar.
PALAVRA-CHAVE: Classificação-Internacional-de-Funcionalidade,-Incapacidade-e-Saúde; Doença-de-Parkinson; Família; Fonoaudiologia. |
ÁREA: Linguagem |
NÍVEL: Pós-graduação |
FINANCIAMENTO: residência multiprofissional |
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