ESCOLARIZAÇÃO E DESAFASEM ESCOLAR DE ALUNOS COM CEGUEIRA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS/SP: POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO

RESUMO

INTRODUÇÃO: O fonoaudiólogo possui atuação importante nos diferentes níveis e modalidades de educação. Dentro do ensino regular, promove condições de acesso, utilizando recursos didáticos e pedagógicos, quebrando barreiras no processo de aprendizagem e, dessa forma, garantindo a continuidade adequada dos estudos em todos os níveis de ensino. A pessoa com cegueira possui perda total da visão, ou seja, não utiliza a visão para a aprendizagem, necessitando de recursos como o sistema Braille, entre outros de substituição da visão. A cegueira em alunos pode influenciar as condições de acesso e permanência na escola pois a ausência da visão pode limitar o processo de aprendizagem e de aquisições motoras, sociais e linguísticas. O Atendimento Educacional Especializado (AEE), tem como objetivo ajudar os alunos com o ensino e aprendizagem em sala de aula, através de recursos didáticos adequados de acordo com a necessidade de cada aluno. Dessa forma, o fonoaudiólogo irá auxiliar buscando meios de diminuir as dificuldades desses alunos através da audição, locomoção e tato.

OBJETIVOS: Conhecer e analisar o número de matrículas de alunos com cegueira no município de Campinas e discutir como o fonoaudiólogo pode compor a equipe interdisciplinar para viabilizar a inclusão desses alunos.

MÉTODOS: Foi realizada pesquisa descritiva e documental. Foram utilizados dados oficiais do município de Campinas divulgados em documentos e no Censo Demográfico, não sendo necessário submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. Também foram utilizados os microdados do Censo da Educação Básica, referentes às matrículas de alunos com cegueira entre os anos de 2010 e 2019. As variáveis investigadas foram: matrícula de alunos com cegueira do município em escolas sem profissionais especializados do AEE, relação entre idade do aluno e série frequentada e, atribuições e contribuições do profissional de Fonoaudiologia no AEE do aluno com cegueira.

RESULTADOS: As resoluções do CFFa 382/10 e 387/10 validam essa atuação por meio do reconhecimento da especialidade de Fonoaudiologia Educacional, permitindo que o profissional participe de ações educativas, formativas e informativas dentro do espaço escolar, através do AEE, informando alunos, educadores e familiares sobre a utilização de recursos e estratégias que favoreçam os estudantes que precisam desse suporte. A quantidade de alunos com cegueira no município de Campinas, matriculados em escolas sem o AEE, de 2009 a 2019, foi de aproximadamente 85 alunos. Desses, cerca de 25 alunos estavam atrasados em relação a idade e série cursada. A Fonoaudiologia tem muito a contribuir para o desenvolvimento destes alunos no contexto escolar, tanto na elaboração de estratégias para o processo de aprendizagem, quanto na escolha de recursos de tecnologia assistiva visando potencializar o desenvolvimento escolar e realizando as adaptações necessárias, que possibilitem o acesso ao conhecimento, à comunicação e à aprendizagem.

CONCLUSÃO: O fonoaudiólogo deve valer-se do contexto da fonoaudiologia educacional e organizar situações para promover o acesso por meio de recursos que, conciliados às peculiaridades dos alunos com cegueira, estimulem o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.

PALAVRA-CHAVE: Cegueira; Fonoaudiologia; Educação.