Autores:
Jéssica Aparecida Ciani
INTRODUÇÃO: A ocorrência da tontura afeta diretamente a capacidade funcional, a qualidade de vida e a autonomia no dia-a-dia do indivíduo acometido. A reabilitação vestibular personalizada (RVP) tem se destacado como forma de tratamento das vestibulopatias. Diferentemente dos protocolos fechados de exercícios, a RVP busca adequar-se às demandas dos indivíduos a fim de alcançar melhores resultados.
OBJETIVOS: Apresentar os anos iniciais de implementação da Reabilitação Vestibular Personalizada (RVP) junto ao Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário, quanto ao fluxo e perfil de pacientes e benefícios alcançados pela RVP, por meio da comparação do desempenho dos usuários em protocolos específicos aplicados antes e depois do programa de reabilitação.
MÉTODOS: Estudo descritivo, quantitativo, recorte retrospectivo, e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer substanciado nº 5.033.059. Foram levantadas as variáveis através da coleta dos prontuários físico e online dos pacientes. Os dados foram tabulados e analisados por estatística descritiva e inferencial, incluindo sexo, idade, tipo e tempo da queixa, sintomas auditivos associados, hipótese topográfica da lesão vestibular e escores de pré e pós RVP nos protocolos de qualidade de vida e avaliação físico funcional do equilíbrio e impacto da tontura.
RESULTADOS: Dos 82 pacientes atendidos no período, 11 (13,41%) foram desligados por ausência ou não adesão, 11 (13,41%) suspenderam o tratamento devido a intercorrências de saúde e 60 (73,17%) concluíram o tratamento e receberam alta, sendo 44 (53,7%) mulheres, média de idade de 59 anos com desvio padrão de ±15,6 anos, variando de 13 a 99 anos. A lesão vestibular periférica e com frequência diária foi a mais prevalente. O número médio de sessões realizadas foi de oito sessões. Todos os protocolos aplicados apresentaram diferença estatisticamente significante com melhor desempenho após a RVP. A idade apresentou correlação estatisticamente significante com o protocolo DGI, de grau moderado com r = -0,593 (p-valor = 0,020), indicando que quanto maior a idade, menor será o valor do DGI no pós e vice-versa.
CONCLUSÃO: O estudo possibilitou a compreensão do perfil da população atendida, índices adequados ao que se preconiza na área quanto a tempo/número de sessões, resolutividade dos casos A análise comparativa estatística pré e pós RVP do desempenho demonstrou os benefícios alcançados evidenciando a contribuição da RVP na maior autonomia e grau de confiança na realização de atividades de vida diária, redução no impacto emocional diretamente relacionado a tontura, melhora da qualidade de vida. Conclui-se que a RVP em contexto ambulatorial é um recurso efetivo na diminuição e/ou extinção dos sintomas vestibulares.
PALAVRA-CHAVE: Tontura, Equilíbrio, Reabilitação, Qualidade de Vida, Avaliação de Eficácia-Efetividade de Intervenções.
ÁREA: Audição e equilíbrio
NÍVEL: Graduação
FINANCIAMENTO: CNPq
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