Autores:
Gabriela Vieira dos Santos
INTRODUÇÃO: A Educação Bilíngue para surdos exige a criação de ambientes linguísticos para a aquisição de Libras como primeira língua por crianças surdas e a aquisição do português como segunda língua, garantindo a aquisição e aprendizagem das línguas envolvidas como uma condição necessária à educação do surdo, construindo sua identidade linguística e cultural em Libras e concluindo sua educação básica em situação de igualdade. Dessa forma, é preciso ter espaços, como as escolas, para a aquisição da Libras, considerando que a maioria das crianças surdas não têm acesso a essa língua no ambiente familiar, assim como não tem interlocutores fluentes para garantir seu direito à língua materna.
OBJETIVOS: Descrever e analisar a organização de uma Escola Municipal de Campinas que funciona na perspectiva da educação bilíngue.
MÉTODOS: Trata-se de um recorte de uma pesquisa de iniciação científica intitulada “A proposta de educação bilíngue para surdos em uma Escola Municipal de Campinas”. A pesquisa foi realizada em Campinas, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais que compõem a equipe escolar: direção da escola, professores, professores bilíngues e intérpretes de Libras. As entrevistas tiveram duração de 45 minutos aproximadamente e foram realizadas por meio da plataforma virtual GoogleMeet, com o auxílio de roteiro com perguntas norteadoras. Foram gravadas para posterior transcrição e análise, sendo o conjunto das informações coletadas analisadas segundo a técnica da Análise de Conteúdo proposto por Laurence Bardin. O projeto foi aprovado pelo CEP sob nº CAEE 48731921.6.0000.5404 e parecer nº5.043.880.
RESULTADOS: Dentre as categorias temáticas identificadas na pesquisa, uma delas nos permite descrever e analisar a organização da escola estudada, sendo esta categoria temática descrita como Organização e funcionamento da Escola Municipal Júlio de Mesquita Filho na perspectiva da Educação Bilíngue e três subcategorias temáticas: 1) O papel do professor bilingue; 2) O papel do intérprete de Libras e 3) O papel do instrutor de Libras. A escola municipal de ensino fundamental ensina crianças surdas no modelo de docência compartilhada do 1º ao 5º ano em que professores polivalentes compartilham a docência com professores bilíngues. Do 6º ao 9º ano, os alunos surdos contam com a presença do intérprete de Libras que traduzem as aulas ministradas pelo professor especialista. Não há instrutores de Libras na escola, apesar dos entrevistados reconhecerem a importância deste profissional para a aquisição da Libras por parte dos alunos surdos, bem como no desenvolvimento da identidade e cultura surda.
CONCLUSÃO: A escola conta com professores bilíngues e intérpretes de Libras qualificados que em muito contribuem para que a educação dos estudantes surdos ocorra de modo a valorizar a Libras como L1 e como língua de instrução. Contudo, a escola, da forma como se organiza, apesar de ser considerada uma escola de educação bilíngue, ainda está longe do ideal, pois, muitas vezes, o aluno surdo encontra-se excluído dentro de um ambiente supostamente inclusivo.
PALAVRA-CHAVE: Surdez; Educação de Surdos; Inclusão em Educação.
ÁREA: Interdisciplinar
NÍVEL: Graduação
FINANCIAMENTO: CNPq
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