Autores:
Andressa Ipolito Fonseca Zanetti
INTRODUÇÃO: Dentre os quadros de deficiência física, a paralisia cerebral (PC) pode ser entendida como um conjunto de desordens, que ocasiona limitações funcionais, e que são atribuídas às alterações não progressivas no cérebro fetal ou imaturo. Ao se apropriarem dos recursos de Tecnologia Assistiva (TA), as pessoas com PC desenvolvem autonomia, têm variadas oportunidades comunicacionais de acesso e participação nos diferentes espaços. O dispositivo móvel possui potencial para a acessibilidade de pessoas com PC, contudo, pode ser limitante, devido à variabilidade do desempenho motor fino e da incoordenação motora que pode estar presente.
OBJETIVOS: Gerais: Apresentar a Interface de Acessibilidade para dispositivos móveis – IADM como recurso de TA para pessoas com PC. Específicos: Caracterizar os participantes; Realizar análise do espaço destinado ao desenvolvimento das atividades digitais no ambiente doméstico e Apresentar a experiência de uso da IADM.
MÉTODOS: Pesquisa qualitativa aprovada pelo Comitê de Ética sob o número 21195913.5.0000.5481. Para constituição da amostra, caracterizada como não probabilística intencional, foram convidadas pessoas com paralisia cerebral, em atendimento institucional no município de Campinas/SP. Devido ao isolamento social, a coleta de dados foi realizada na residência dos participantes. Foram desenvolvidas atividades por meio de aplicativos que respeitaram o interesse e o ritmo dos participantes.
RESULTADOS: Os resultados são apresentados em eixos temáticos: • Caracterização dos participantes: Participaram três pessoas com PC: P1, sexo feminino, 9 anos, diparesia espástica; P2, sexo feminino, 25 anos, tetraparesia espástica; e P3, sexo masculino, 18 anos, tetraparesia mista. • Ajustes ambientais: Para uso do recurso, foi necessária a análise do ambiente demonstrando que o espaço destinado à realização das atividades digitais era precário. Dois participantes usavam cadeiras e mesas de plástico inapropriadas e não ajustadas às composições corporais. O terceiro participante usava a cadeira de rodas motorizada e uma mesa fixa de jantar, o qual não foi possível recomendar alterações devido à restrição ambiental. Para os outros dois participantes, as cadeiras de plástico foram substituídas pela cadeira de rodas, propiciando adequação postural. • Apresentação da IADM: Um sistema que permite a interação entre indivíduos com deficiência física e os dispositivos móveis. O funcionamento consiste na captura de sinais emitidos pela pessoa e na conversão desses sinais em comandos, que simularão os gestos necessários ao manuseio do dispositivo. Dessa forma, o usuário controla uma varredura na tela e o dispositivo. A possibilidade de uso dos dispositivos móveis por pessoas com deficiência física propicia usufruto de aplicativos direcionados à melhoria da comunicação, da aprendizagem, trabalho ou lazer. • Experiências de uso: O participante P1 explorou aplicativos voltados à escrita, geometria, matemática e inglês, visando contribuir com as atividades escolares. O participante P2 utilizou aplicativos com questões relacionadas à inserção no mercado de trabalho. O participante P3 utilizou aplicativos voltados às disciplinas do seu curso superior.
CONCLUSÃO: Verificaram-se ganhos nas habilidades dos participantes para o uso progressivo dos aplicativos e navegação na internet. Por meio da IADM, os participantes se mostraram mais engajados e motivados para interagirem com o dispositivo móvel, o qual faz parte das atividades cotidianas e significativas.
PALAVRA-CHAVE: tecnologia assistiva, dispositivos móveis, deficiência física, paralisia cerebral
ÁREA: Interdisciplinar
NÍVEL: Pós-graduação
FINANCIAMENTO: Capes
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