Autores:
Thaíse de Lima
INTRODUÇÃO: O relacionamento de uma pessoa com o mundo é realizado principalmente por meio da visão e a privação deste sentido pode dificultar a comunicação humana, a aquisição e o uso da linguagem. A Organização Mundial de Saúde (2003) classifica a deficiência visual em baixa visão e cegueira. Ao se apropriarem dos recursos de tecnologia assistiva (ópticos, não ópticos, eletrônicos, informática) pessoas cegas e com baixa visão possuem acesso à comunicação e a linguagem. A Fonoaudiologia atua com a comunicação humana e para atuar com pessoas com deficiência visual se faz necessário o conhecimento a respeito da aprendizagem, da comunicação e linguagem e quais os recursos utilizados para a autonomia nestes processos.
OBJETIVOS: 1. Conhecer as características de pessoas com deficiência visual. 2. Investigar como ocorreu o processo de aprendizagem e quais os recursos utilizados. 3. Verificar os recursos utilizados cotidianamente para a acessibilidade à comunicação e à linguagem.
MÉTODOS: Pesquisa descritiva, de cunho qualitativo, aprovada pelo CAAE: 47956621.0.0000.5404, desenvolvida por meio de entrevista individual de forma online. Para o recrutamento dos participantes utilizou-se a técnica “Bola de neve” (ALBUQUERQUE, 2009).
RESULTADOS: Os resultados são apresentados por meio dos seguintes eixos temáticos: Caracterização dos participantes: A amostra foi constituída por sete pessoas cegas e cinco com baixa visão, sendo nove com deficiência congênita. A idade variou entre 20 a 63 anos e a maioria pertencia ao gênero feminino. Processo de aprendizagem e recursos utilizados: Seis pessoas cegas e duas com baixa visão frequentaram o ensino especializado de forma concomitante ao ensino regular. Os participantes cegos utilizaram o sistema Braille (máquina Braille, reglete, cubaritmo). As pessoas com baixa visão foram alfabetizadas em tinta e fizeram uso da magnificação linear, recursos ópticos e não ópticos. Benefícios do Ensino especializado: A maioria dos participantes reconheceu a importância das orientações dos serviços especializados como facilitadores contribuindo à promoção da aprendizagem. Obstáculos ao uso dos recursos: O uso de lupas originou dores no ombro e nas costas; troca de linhas na leitura de textos ampliados; barulho da máquina Braille e a dificuldade de transportá-la; inacessibilidade dos sites e aplicativos. Recursos em uso: Dispositivos móveis (preferência IOS), utilizados também para produzir magnificação (por meio de fotos), computadores com leitores de tela; softwares de ampliação de tela e display Braille.
CONCLUSÃO: A maioria dos participantes frequentou concomitante ao ensino regular o serviço especializado reconhecendo que neste serviço foram habilitados ao uso dos recursos de tecnologia assistiva, fundamentais no processo da aprendizagem. Os recursos utilizados na aprendizagem foram substituídos por dispositivos móveis, computadores e display Braille. Esta pesquisa contribui para a reflexão da prática fonoaudiológica como promotora do desenvolvimento das habilidades comunicativas e da linguagem de pessoas com deficiência visual.
PALAVRA-CHAVE: Fonoaudiologia, Deficiência Visual, Tecnologia Assistiva , Alfabetização, Linguagem.
ÁREA: Interdisciplinar
NÍVEL: Graduação
FINANCIAMENTO: CNPq
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