XIV Semana de Pesquisa - 2023


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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E MANEJO DOS PACIENTES PEDIÁTRICOS COM HELICOBACTER PYLORI POSITIVO

Autores: Guilherme Barros Bonelli, Elizete A. Lomazi, Silvia Regina Cardoso, Maria de Fátima Servidoni, Maria Ângela Bellomo Brandão


Link: https://youtu.be/K_GUSFB1DSM


RESUMO

INTRODUÇÃO: A infecção por Helicobacter pylori é considerada uma das doenças infecciosas crônicas mais comuns no mundo e afeta cerca de metade da população global. Está diretamente relacionada à gastrite e aparece como importante causa de doença ulcerosa péptica e câncer gástrico, trazendo prejuízos na vida adulta. A infecção, contudo, é frequentemente adquirida na infância, período de intenso contato interpessoal, e permanece pela vida toda, se não tratada. Sua apresentação mais comum nas crianças é a assintomática e ainda não há sustentação da literatura sobre sua associação a dor abdominal recorrente ou outras correlações, embora possam estar bastante presentes. Por conta disso, a maior parte dos diagnósticos ocorre incidentalmente. Portanto, em crianças, tanto a investigação quanto o tratamento baseiam-se nos benefícios individuais aos pacientes. Nesse cenário, porém, nota-se a carência de estudos da infecção por H. pylori em pacientes pediátricos, sobretudo em países subdesenvolvidos, e um manejo insatisfatório da doença, caracterizado por taxas de erradicação inferior ao esperado. Assim, faz-se necessário melhor conhecer a frequência da infecção nas mais diversas regiões brasileiras e analisar o seu manejo.

OBJETIVOS: Investigar qual a frequência do H. pylori e as características clínicas e laboratoriais dos pacientes pediátricos submetidos à endoscopia digestiva alta e analisar a avaliação e o desfecho.

MÉTODOS: Foram avaliados os dados de prontuário de 28 pacientes com resultado positivo para H. pylori, obtidos de um total de 133 crianças, com idade entre 1 e 18 anos, submetidos à endoscopia digestiva alta e atendidos no Hospital das Clínicas da UNICAMP entre janeiro de 2010 e dezembro de 2022, com investigação através de biópsia e/ou teste de urease. Por meio da análise desses prontuários, avaliou-se a frequência do H. pylori, o perfil epidemiológico dos pacientes, a indicação da endoscopia, a conduta em relação à família e ao paciente, em relação ao seu manejo (se houve tratamento e a quantificação destes, se foi realizado, qual o esquema terapêutico) e desfecho (erradicação ou não).

RESULTADOS: A partir da revisão dos prontuários de 28 pacientes pediátricos, obtidos de uma lista de 133 crianças submetidas à endoscopia digestiva alta, no período de 2010 até 2022, a frequência de H. pylori encontrada foi de 21,05%, dado semelhante ao encontrado em países desenvolvidos, como a Dinamarca, e diferente do esperado para a realidade brasileira. Dentre os positivos para a bactéria, 17 pacientes eram do sexo masculino e 11 do sexo feminino. As idades ao diagnóstico variaram de 1,08 a 18,93 anos, com uma média de 12,23 anos. A principal indicação para a realização de endoscopia foi dor abdominal (71,4%) e, diferentemente do que consta na literatura, a minoria dos pacientes era assintomática (14,2%). Dos 28 pacientes, 10 receberam tratamento e 3 foram erradicados. O esquema tríplice de Amoxicilina, Claritromicina e Omeprazol foi usado em 80% dos pacientes. A família dos pacientes foi investigada em apenas 10,7% dos casos. Este pode ser, possivelmente, um fator limitante ao sucesso terapêutico, que pode encontrar nas estruturas socioeconômica e do sistema de saúde brasileiro um obstáculo.

CONCLUSÃO: A prevalência de H. pylori em crianças com indicação de endoscopia digestiva alta foi de 21,05% (28/133), abaixo do encontrado em outras regiões brasileiras. A investigação familiar, apesar de importante por estar relacionada à forma de transmissão da doença, foi baixa (10,7%), assim como a taxa de erradicação encontrada (3/10), bastante distante da considerada factível na Europa, ao redor de 90%.


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PALAVRA-CHAVE: H. pylori; Endoscopia; Crianças; Pediatria; Gastroenterologia; Manejo



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Graduação



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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