XIV Semana de Pesquisa - 2023


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Efeito do metilglioxal e produtos finais de glicação avançada em modelo animal de Diabetes Mellitus tipo 2.

Autores: Gabriel Alonso dos Santos, Gabriel Alonso dos Santos, Akila Lara De Oliveira , Matheus Leite de Medeiros, Glaucia Coelho Mello, Ana Carolina Ghezzi, Fabíola Zakia Mónica, Edson Antunes


Link: https://www.youtube.com/watch?v=tFKxL0bmN7c


RESUMO

INTRODUÇÃO: Diabetes Melitus (DM) leva a complicações na função vesical e o desenvolvimento dos sintomas do trato urinário inferior (STUF) (1). Inicialmente a disfunção da bexiga diabética (DBD) leva a um estado de hiperatividade, e posteriormente, devido à hiperglicemia não controlada, a uma bexiga hipoativa (2). Pacientes acometidos com DM tem níveis elevados de produtos de glicação avançada (AGEs), as quais são proteínas modificadas por compostos dicarbonílicos, como metilglioxal (MGO) (3). Os AGEs e MGO estão associados a disfunção de vários sistemas (4,5,6). Dentre os fármacos capazes de atuar contra a formação dos AGEs, tem-se o alagebrium (ALT-711) (ALA), que cliva de forma não enzimática as ligações dos compostos dicarbonílicos nos AGEs, liberando as proteínas e reavendo sua função, além de reduzir a expressão de receptores de AGEs (RAGE). Estudos evidenciaram os efeitos benéficos do ALA na neuropatia, retinopatia e angiopatia diabética, mas não se sabe sobre sua ação na bexiga.

OBJETIVOS: Avaliar o efeito do alagebrium nas concentrações sérica MGO e F-AGES, assim como a expressão de MGO em bexigas de modelo animal de DM tipo 2.

MÉTODOS: Experimental com animais; os cuidados dos animais, e os protocolos de pesquisa foram realizados conforme as diretrizes adotadas pelo Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA). Todos os protocolos experimentais encontram-se aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA-UNICAMP), número 5949 – 1/2022. Modelo animal empregado foi DM tipo 2, camundongo deficiente de leptina (ob/ob), que apresenta hiperglicemia, hiperfagia, hipermetabolismo e níveis elevados de MGO e AGEs endógenos. Camundongos, machos e fêmeas, das linhagens C57BL/6 e B6.V-Lep ob /JUnib, foram divididos em 3 grupos, WT lean (recebeu água filtrada, grupo controle magro), ob/ob (recebeu água filtrada, grupo controle obeso) e ob/ob + ALA (recebeu água filtrada e 1 mg/kg de ALA, por 8 semanas). Protocolos experimentais: foram realizados como avaliação bioquímica e molecular, a glicemia de jejum e a mensuração sérica de MGO e AGEs. A imuno-histoquímica foi realizada para verificar a expressão de MGO na bexiga. Os parâmetros morfométricos da bexiga foram realizados para evidenciar alterações do peso vesical, relação peso vesical/ pelo peso corporal (mg/g). A diferença estatística entre os grupos foi determinada utilizado ANOVA-duas vias e seguido de pós-teste de Tukey, o valor de p < 0,05 foi aceito como significativo.

RESULTADOS: O tratamento crônico com ALA em água de beber por 8 semanas não alterou a glicemia, mostrando que os animais ob/ob continuaram hiperglicêmicos, em ambos os sexos, e também não alterou o peso corporal dos animais. Fêmeas ob/ob apresentaram glicemia significativamente menor que os machos ob/ob (p < 0.05). O tratamento com ALA causou redução significativa nas concentrações séricas de MGO e F-AGEs (p < 0,05), em ambos os sexos. Além disso, as fêmeas ob/ob e ob/ob + ALA apresentaram redução significativa (P < 0,05) em relação aos níveis séricos de MGO comparado aos machos dos mesmos grupos. Não houve diferença estatística no peso vesical entre os grupos. Em relação a imuno-histoquímica para MGO na bexiga, o grupo ob/ob apresentou aumento da marcação, principalmente na região do urotélio, em relação aos animais WT, o tratamento com ALA normalizou este parâmetro.

CONCLUSÃO: O tratamento com ALA não alterou os parâmetros glicêmicos e peso corporal dos animais obesos, mas reduziu os níveis séricos de AGEs e MGO, e também o acúmulo de MGO na bexiga. Evidenciando que seus efeitos são independentes da glicemia na geração de compostos dicarbonílicos e formação de AGEs.


BIBLIOGRAFIA: 1. Kupelian V., McVary K. T., Kaplan S. A., et al. Association of lower urinary tract symptoms and the metabolic syndrome: results from the Boston area community health survey. Journal of Urology. 2009;182(2):616–625. doi: 10.1016/j.juro.2009.04.025. 2. Yuan Z, Tang Z, He C, Tang W. Diabetic cystopathy: A review. Journal of diabetes [Internet]. 2015 Jul 1 [cited 2021 Dec 30];7(4):442–7. 3. Thornalley PJ. Dicarbonyl intermediates in the maillard reaction. Annals of the New York Academy of Sciences [Internet]. 2005 [cited 2021 Dec 30];1043:111–7. 4. Kumar V, AAK, & AJC. Robbins and Cotran pathologic basis of disease . 9th ed. Philadelphia: Elsevier/Saunders.; 2015 5. Berlanga J, Cibrian D, Guillén I, Freyre F, Alba JS, Lopez-Saura P, et al. Methylglyoxal administration induces diabetes-like microvascular changes and perturbs the healing process of cutaneous wounds. Clinical science (London, England : 1979) [Internet]. 2005 Jul [cited 2021 Dec 30];109(1):83–95. 6. Sena CM, Matafome P, Crisóstomo J, Rodrigues L, Fernandes R, Pereira P, et al. Methylglyoxal promotes oxidative stress and endothelial dysfunction. Pharmacological research [Internet]. 2012 May [cited 2021 Dec 30];65(5):497–506.



PALAVRA-CHAVE: Produtos de glicação avançada; metilglioxal; diabetes melitus tipo 2; bexiga urinária



ÁREA: Ciência Básica

NÍVEL: Graduação

FINANCIAMENTO: CNPq



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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