XIV Semana de Pesquisa - 2023


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PANDEMIA DE SARS-COV-2 EM ESTUDANTES DE MEDICINA (2020, 2021 E 2022): ERE, CONFLITOS FAMILIARES E ASPECTOS PSICOLOGICOS.

Autores: Maria Cristina de Oliveira Regina, Ìcaro Eduardo Nery


Link: https://youtu.be/pH2Rrd9jrAI


RESUMO

INTRODUÇÃO: Estudo da International Association of Universities(IAU)(2020) em diversas universidades no mundo, mostrou que 67% das instituições fecharam as portas e migraram ao ensino por meio digital em 2020 devido a pandemia de COVID-19:, 24% tiveram atividades suspensas e trabalharam para encontrar meios adequados; 2% não fecharam as portas para o ensino presencial. Adotou-se o Ensino Remoto Emergencial(ERE) em muitas delas. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), UNICAMP e UFMG realizaram pesquisa com11.863 participantes no período: 12-17 anos tiveram dificuldades de acompanhar e compreender as aulas online,1/5 estavam sempre preocupados, nervosos ou com mau-humor; 18-29 anos problemas no estado de ânimo ligados à ansiedade e depressão (WERNECK, et al, 2020).

OBJETIVOS: Compreender os efeitos do distanciamento social nos níveis de ansiedade, depressão, estresse e desempenho acadêmico, devido ao contexto de pandemia da Sars-CoV-2, em alunos ingressantes na medicina em 2020, 2021 e 2022, com 18 anos de idade ou mais. Analisar os impactos do distanciamento social no desempenho dos discentes na atividade acadêmica considerando o advento do ensino remoto emergencial; Levantar quais as dificuldades emocionais e físicas vividas ou não no período de distanciamento e de ERE; Verificar indícios de conflitos ou melhora de vínculo e relacionamento, no ambiente de moradia, em função de distanciamento social.

MÉTODOS: Método exploratório-observacional e quantitativo, com amostra de 80 participantes, de ambos os sexos, entre 18-30 anos de idade, ingressantes-matriculados em 2020, 2021 e 2022. Utilizou-se o Teste EADs-21 para mensurar sintomas de ansiedade, depressão e estresse e um questionário fechado para coleta de dados disponibilizados via Google Forms em um único documento, ao qual só tiveram acesso aqueles que concordaram em participar através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS: Quanto ao ERE tiveram muita ou excessiva dificuldade de atenção, ingressantes em 2021(22% e 41,38%) e 2022(62,50% e 38%):p=0.040,Fisher. Quanto > IMC, > dificuldade com gestão do tempo (25,68 )(p=0.0024, Kruskal-Wallis).Embora não significante, observou-se prevalência de ausência de dificuldade de memorização entre ingressantes em 2022 (76,91%), mas muita em 2021(40,91%) e excessiva em 2020( 58,33%).Quanto > escolaridade da mãe, inexistente a dificuldade de gestão de tempo entre participantes(p=0.048, Fischer).Havia excessiva dificuldade com a plataforma de ensino entre os que perderam familiar por COVID-19 (muita 45,45% e excessiva 80%, p=0.015). As participantes tiveram mais dificuldade com ambiente de estudo em casa (muita 61,54% e, excessiva 50%, p=0.056, Qui-Quadrado) e não realizavam atividade física(excessiva 58,33%, p=0.0001). Menor o IMC atual, nesta amostra, os participantes alegaram sentir-se normais durante a 1a. onda de Covid-19 (p=0.039, Kruskal-Wallis): sexo masculino prevalente(intensa ou muito intensa) mas não feminino (pouco intenso). Sentiram-se mais intensamente preocupados com a 1a. onda de COVID 19 (e com a 2a. onda, p=0.023,Fisher) participantes do sexo feminino(p=0.0023, Fisher), bem como entristecidas (p=0.038, Fisher). Maior a idade, > nervosismo com a 1a.onda (p=0,041,Kruskal-Wallis, p=0.0059, Dunn)e assustados(p=0.046,Kruskal-Wallis).Maior o IMC > o receio com a 2a. onda(IMC:24,18, p=0,027, Kruskal-Wallis). 71 % dos que notaram alteração por COVID 19 sentiram-se preocupados com a 3a. onda de Covid-19(p=0.024, Fisher). Quanto > IMC, > intensidade da frustração com a 3a. onda: intensa com IMC/média: 23,55 e muito intensa IMC/média de 23,06,( p=0.015, Kruskal-Wallis, p=0.0024,Dunn). Entre os muito confiantes com a 3a.onda eram prevalentes os que dormiam 6 horas ou menos (p=0.047,Fisher).Tinham diagnóstico de ansiedade, participantes que tinham conflitos mais frequentes em casa (diários, 42,86%,p=0.015, Fisher) e recebiam acompanhamento médico (85,71%, p=0.045, Fisher).E diagnóstico de ansiedade em 2020(p=0.0010, Fisher). Eram mais velhos os que tiveram diagnóstico de ansiedade em 2021(22,47,p=0.025,Teste U de Mann-Whitney).Diagnóstico de depressão entre os que viviam conflitos diários em casa em 2019(p=0.015,Fisher),>idade em 2020(p=0.0012,Mann-Whitney),>IMC atual(média:26,25,p=0012,Mann-Whitney) e em 2022( com conflitos diários, 72%, >idade e >IMC, p=0.0075 e p=0.0002, Mann-Whitney),90%com tratamento médico(p=0.0047,Fisher; em 2021,92%,p=00009,Fisher)(,em 2021>idade e IMC, p=0.0033 e p=0.012,Mann-Whitney)( em 2022: 90%,p=0.0021,Fisher).Sem tal diagnóstico 80% praticava atividades físicas em 2020(p=0031,Qui-quadrado),2021(81%,p=0.017) e 2022 (82%,p=0.0080,Qui-Quadrado).Uso de ansiolítico > entre os que dormiam 6 horas ou menos(p=0.039,Fisher). Com TDAH usavam medicamentos e tinham >IMC (Média:31,p=0019,Mann-Whtney).

CONCLUSÃO: Conflitos diários em casa estavam associados com diagnóstico de ansiedade e depressão nesta amostra. O uso de ansiolíticos com menos horas de sono e ansiedade. Sem diagnóstico de ansiedade e depressão havia atividade física regular.


BIBLIOGRAFIA: CONVID - Pesquisa de Comportamentos. ConVid Fiocruz, 30 jun. 2020. Disponível em: https://convid.fiocruz.br//index.php?pag=principaladolescentes. Acesso em: 1 dez. 2020. CRAWFORD, J.; BUTLER-HENDERSON, K.; JURGEN, R. MALKAWI, B. H.; GLOWATZ, M.; BURTON, R.; MAGNI, P.; LAM, S. COVID-19: 20 countries’ higher education intra-period digital pedagogy responses. Journal of Applied Learning & Teaching, v.3, n. 1, 2020. DOI: https://doi.org/10.37074/jalt.2020.3.1.7. Acesso em: 01 dez. 2020. HODGES, C; MOORE, S; LOCKEE, B; TRUST, T; BOND, A. The difference between emergency remote teaching and online learning. 2020. Disponível em: https://er.educause.edu/articles/2020/3/thedifference-between-emergency-remote-teaching-and-online-learning. Acesso em: 01 dez. 2020. KUMAR, Anant; NAYAR, K. Rajasekharan. COVID 19 and its mental health consequences. Journal Of Mental Health, [S.L.], v. 30, n. 1, p. 1-2, 27 abr. 2020. Informa UK Limited. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/09638237.2020.1757052. Acesso em: 13 out. 2022. Ornell, Felipe et al. “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Brazilian Journal of Psychiatry. 2020, v. 42, n. 3, pg. 232-235. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/WGD9CnJ95C777tcjnkHq4Px/?lang=en#. Acesso em: 02 jul. 2022.



PALAVRA-CHAVE: Pandemia de SARs-Cov-2, Covid 19, estudantes de graduação em Medicina, Ensino Remoto à Distância ( ERE), Conflitos Familiares, Ansiedade, Depressão e Estresse , a



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Graduação



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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