RESUMO
INTRODUÇÃO: Estudo da International Association of Universities(IAU)(2020) em diversas universidades no mundo, mostrou que 67% das instituições fecharam as portas e migraram ao ensino por meio digital em 2020 devido a pandemia de COVID-19:, 24% tiveram atividades suspensas e trabalharam para encontrar meios adequados; 2% não fecharam as portas para o ensino presencial. Adotou-se o Ensino Remoto Emergencial(ERE) em muitas delas. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), UNICAMP e UFMG realizaram pesquisa com11.863 participantes no período: 12-17 anos tiveram dificuldades de acompanhar e compreender as aulas online,1/5 estavam sempre preocupados, nervosos ou com mau-humor; 18-29 anos problemas no estado de ânimo ligados à ansiedade e depressão (WERNECK, et al, 2020).
OBJETIVOS: Compreender os efeitos do distanciamento social nos níveis de ansiedade, depressão, estresse e desempenho acadêmico, devido ao contexto de pandemia da Sars-CoV-2, em alunos ingressantes na medicina em 2020, 2021 e 2022, com 18 anos de idade ou mais. Analisar os impactos do distanciamento social no desempenho dos discentes na atividade acadêmica considerando o advento do ensino remoto emergencial; Levantar quais as dificuldades emocionais e físicas vividas ou não no período de distanciamento e de ERE; Verificar indícios de conflitos ou melhora de vínculo e relacionamento, no ambiente de moradia, em função de distanciamento social.
MÉTODOS: Método exploratório-observacional e quantitativo, com amostra de 80 participantes, de ambos os sexos, entre 18-30 anos de idade, ingressantes-matriculados em 2020, 2021 e 2022. Utilizou-se o Teste EADs-21 para mensurar sintomas de ansiedade, depressão e estresse e um questionário fechado para coleta de dados disponibilizados via Google Forms em um único documento, ao qual só tiveram acesso aqueles que concordaram em participar através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS: Quanto ao ERE tiveram muita ou excessiva dificuldade de atenção, ingressantes em 2021(22% e 41,38%) e 2022(62,50% e 38%):p=0.040,Fisher. Quanto > IMC, > dificuldade com gestão do tempo (25,68 )(p=0.0024, Kruskal-Wallis).Embora não significante, observou-se prevalência de ausência de dificuldade de memorização entre ingressantes em 2022 (76,91%), mas muita em 2021(40,91%) e excessiva em 2020( 58,33%).Quanto > escolaridade da mãe, inexistente a dificuldade de gestão de tempo entre participantes(p=0.048, Fischer).Havia excessiva dificuldade com a plataforma de ensino entre os que perderam familiar por COVID-19 (muita 45,45% e excessiva 80%, p=0.015). As participantes tiveram mais dificuldade com ambiente de estudo em casa (muita 61,54% e, excessiva 50%, p=0.056, Qui-Quadrado) e não realizavam atividade física(excessiva 58,33%, p=0.0001). Menor o IMC atual, nesta amostra, os participantes alegaram sentir-se normais durante a 1a. onda de Covid-19 (p=0.039, Kruskal-Wallis): sexo masculino prevalente(intensa ou muito intensa) mas não feminino (pouco intenso). Sentiram-se mais intensamente preocupados com a 1a. onda de COVID 19 (e com a 2a. onda, p=0.023,Fisher) participantes do sexo feminino(p=0.0023, Fisher), bem como entristecidas (p=0.038, Fisher). Maior a idade, > nervosismo com a 1a.onda (p=0,041,Kruskal-Wallis, p=0.0059, Dunn)e assustados(p=0.046,Kruskal-Wallis).Maior o IMC > o receio com a 2a. onda(IMC:24,18, p=0,027, Kruskal-Wallis). 71 % dos que notaram alteração por COVID 19 sentiram-se preocupados com a 3a. onda de Covid-19(p=0.024, Fisher). Quanto > IMC, > intensidade da frustração com a 3a. onda: intensa com IMC/média: 23,55 e muito intensa IMC/média de 23,06,( p=0.015, Kruskal-Wallis, p=0.0024,Dunn). Entre os muito confiantes com a 3a.onda eram prevalentes os que dormiam 6 horas ou menos (p=0.047,Fisher).Tinham diagnóstico de ansiedade, participantes que tinham conflitos mais frequentes em casa (diários, 42,86%,p=0.015, Fisher) e recebiam acompanhamento médico (85,71%, p=0.045, Fisher).E diagnóstico de ansiedade em 2020(p=0.0010, Fisher). Eram mais velhos os que tiveram diagnóstico de ansiedade em 2021(22,47,p=0.025,Teste U de Mann-Whitney).Diagnóstico de depressão entre os que viviam conflitos diários em casa em 2019(p=0.015,Fisher),>idade em 2020(p=0.0012,Mann-Whitney),>IMC atual(média:26,25,p=0012,Mann-Whitney) e em 2022( com conflitos diários, 72%, >idade e >IMC, p=0.0075 e p=0.0002, Mann-Whitney),90%com tratamento médico(p=0.0047,Fisher; em 2021,92%,p=00009,Fisher)(,em 2021>idade e IMC, p=0.0033 e p=0.012,Mann-Whitney)( em 2022: 90%,p=0.0021,Fisher).Sem tal diagnóstico 80% praticava atividades físicas em 2020(p=0031,Qui-quadrado),2021(81%,p=0.017) e 2022 (82%,p=0.0080,Qui-Quadrado).Uso de ansiolítico > entre os que dormiam 6 horas ou menos(p=0.039,Fisher). Com TDAH usavam medicamentos e tinham >IMC (Média:31,p=0019,Mann-Whtney).
CONCLUSÃO: Conflitos diários em casa estavam associados com diagnóstico de ansiedade e depressão nesta amostra. O uso de ansiolíticos com menos horas de sono e ansiedade. Sem diagnóstico de ansiedade e depressão havia atividade física regular.
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PALAVRA-CHAVE: Pandemia de SARs-Cov-2, Covid 19, estudantes de graduação em Medicina, Ensino Remoto à Distância ( ERE), Conflitos Familiares, Ansiedade, Depressão e Estresse , a