XIV Semana de Pesquisa - 2023


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Níveis de Estresse, Ansiedade e Depressão após retorno a Atividades Acadêmicas Presenciais

Autores: Maria Cristina de Oliveira Regina, isabela garbuio


Link: https://youtu.be/8_wty1d1mio


RESUMO

INTRODUÇÃO: Os níveis de estresse, ansiedade e depressão entre estudantes de graduação durante a pandemia foi fartamente demonstrado pela literatura sobre o assunto. O retorno as atividades presenciais requeria nova adaptação especialmente entre os ingressantes em 2020 e 2021, haja visto que a vivencia acadêmica e o convívio social neste período foi adiado e predominantemente a distância. A readaptação ao modelo presencial poderia ter seus desafios, requerendo mais atenção aos aspectos psicológicos .

OBJETIVOS: Verificar se os níveis de estresse, ansiedade e depressão estavam em níveis adequados com o retorno a atividades acadêmicas presenciais Verificar se fatores específicos podem ter contribuído para o níveis de estresse, ansiedade e depressão encontrados nesta amostra

MÉTODOS: Método exploratório e transversal. Amostra constituída por 57 alunos de graduação do curso de nutrição, de um universo total de 300 alunos, de ambos os gêneros com prevalência do feminino, ingressantes em 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022. Todos manifestaram sua anuência através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A aderência das turmas de 2020, 2021 e 2022 foi muito baixa no período disponibilizado para coleta de dados.

RESULTADOS: A adesão dos ingressantes em 2020, 2021 e 2022 foi muito baixa: 22 sujeitos apenas, o que pode ser motivado pela pouca experiência acadêmica, em especial com trabalhos de pesquisa, e as demandas acadêmicas e sociais literalmente novas no ambiente universitário, uma vez que excetuando a turma de 2022, iniciaram a vida universitário sob distanciamento social. Assim o nível de estresse mais elevado encontrado entre as turmas ingressantes em 2018 e 2019 (34 participantes) pode refletir esta disparidade : suave 90%, moderado 50% severo 57,14% e muito severo 76,92%, p=0.047 ( teste exato de Fischer). Os participantes não apresentaram interrupções de sono relevantes apesar disto, exceto em níveis baixos entre os que apresentavam estresse severo (não 71, 43 %, 1 interrupção 14,29% e 2-3 interrupções 14, 29%) e muito severo (não 38,46%, 1 interrupção 30,77% e 2-3 interrupções 30,77%). Era prevalente entre eles 7-8 horas de sono diárias ainda que menos frequente entre severos (57,14%; 8 horas ou mais 42,86%) e muito severo( 69,23%; 8 horas ou mais 7,69%; 6 horas ou menos 23,08%). 32 participantes alegaram ter tido COVID 19 sendo 10 apresentaram nível moderado de estresse (71,43%), 4 com nível severo ( 57,14%), e 8 muito severo ( 61,54%); 15 sugeriram ter apresentado algum comprometimento em razão disto : 9 entre os que apresentaram algum comprometimento e níveis moderado, severo ou muito severo de estresse. Os participantes com níveis de estresse elevados não apresentavam níveis de IMC elevados : nível moderado de estresse média de 22, 16, severo média de 20,26 e muito severos 22,79, mas em nível suave 24,56% (Teste Kruskall-Wallis), sem significado estatístico. Os níveis de ansiedade eram mais elevados entre os alunos que ingressaram em 2018 e 2019 mas este dado não era estatisticamente significante e praticamente não havia interrupção de sono entre eles, os quais tinham em geral 7-8 horas de sono, portanto considerado normal . A tendência a realizar dieta segundo o EAT-26 era mais elevada entre os que apresentavam estresse mais elevado ( score médio 11, 67, com mínimo de 5,00 e máximo de 16,00)( teste Kruskall-Wallis). Os níveis de depressão, do nível suave ao muito severo, eram mais prevalente também nestas turmas sem significado estatístico, porém o regime de sono era mais diversificado entre os que apresentaram níveis muito severos de depressão: menos de 6 horas (25%) e mais de 8 horas ( 37,50%),p=0.050 (teste exato de Fischer). Note-se, sem significado estatístico, que aqueles participantes que não apresentavam depressão em nível muito severo tinham IMC ligeiramente mais alto (média de 23,39, mínima de 20,20 e máxima de 25,82) que os participantes com níveis severo ( média de 21, 44, mínima de 20, 00 e máxima de 21,16 )(Teste Kruskall-Wallis). Não havia diferença de IMC entre os participantes que faziam uso de ansiolítico ou antidepressivo : não média de 22, 66 e sim média de 22,35 ( teste Mann-Whitney)

CONCLUSÃO: Os dados evidentemente não são conclusivos, e sua generalização limitada, em razão de baixa aderência da amostra. Supõem-se porém que os níveis de estresse mais elevados entre as turmas de 3o e 4ao anos sejam motivadas por exigências acadêmicas de fim de curso, e mesmo demandas internas dos alunos considerando-se o cenário socioeconômico e eventual dificuldade de empregabilidade após a conclusão de curso, que possam os estar pressionando desde já. Não se descarta a possibilidade de alguma dificuldade de readaptação para atividades presenciais inclusive devido a deslocamentos e organização de tempo ligeiramente diferenciada.



PALAVRA-CHAVE: estudantes de graduação , estresse, ansiedade, depressão, atividades acadêmicas presenciais



ÁREA: Saúde Coletiva

NÍVEL: Graduação



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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