XIV Semana de Pesquisa - 2023


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EFETIVIDADE DA FERRAMENTA DE RASTREIO PARA IDENTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS E EVENTOS ADVERSOS AOS MEDICAMENTOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Autores: Fabiana Albanese, Marilia Berlofa Visacri , Deise de Souza Ventura , Mauricio Wesley Perroud Junior, Patricia Moriel


Link: https://www.youtube.com/watch?v=zfeLvFjj9Qo


RESUMO

INTRODUÇÃO: A busca por opções farmacológicas objetiva melhora da qualidade de vida, entretanto o uso de medicamentos pode resultar em EAs e agravamento das doenças já existentes, constituindo fator de risco (1). Tais eventos, definidos como EAs e eventos adversos a medicamentos (EAMs), podem manifestar-se como sinais, sintomas ou doenças e podem ou não ter relação causal com o tratamento clínico e uso de medicamentos (2,3). Definir o melhor método de notificação em farmacovigilância que garante melhor prevenção, detecção e manejo dos EAs e EAMs é necessário para ações de minimização de risco. Neste sentido estudos em neonatologia ainda são escassos e é necessário validar rastreadores para essa população

OBJETIVOS: Verificar a efetividade da ferramenta de rastreamento na identificação de EA em UTI Neonatal.

MÉTODOS: Trata-se de estudo de coorte retrospectivo envolvendo recém-nascidos (RNs) internados na UTI do HES, localizado na cidade de Sumaré, no estado de São Paulo, durante os meses de janeiro a abril, setembro e outubro de 2021. O método de escolha foi análise retrospectiva e mensal de 20 prontuários médicos escolhidos randomicamente até a alta hospitalar, transferência, óbito ou até final do 28 dia de vida do recém-nascido (RN). Os EAMs foram classificados e categorizados em reações adversas a medicamentos (RAM), considerando a causalidade, mecanismo de ação e gravidade. Além disso, EA também foram considerados e incluíram infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), extubação acidental, uso de antibiótico e enterocolite necrosante. Os resultados dos EAM foram apresentados como i) Rastreador/100 prontuários, ii) EAM/100 prontuário e iii) Valor preditivo positivo (VPP), que define a eficiência do rastreador em identificar um EAM e é calculado pela razão entre o número de EAM identificados por um rastreador e o número de rastreadores por prontuário.

RESULTADOS: Foram analisados prontuários de 120 RNs internados na UTI neonatal nos meses de janeiro a abril, setembro e outubro de 2021, totalizando 60% dos recém-nascidos internados neste período. Ocorreu predomínio do sexo masculino (56,67%) e a média da idade gestacional foi de 33,6  3,71 semanas ou 235,20 dias de gestação, com as maiores taxas registradas para RNs pré-termo tardios (RNPTT) (31,6%), seguido dos RN pré-termo moderados (RNPTM) (27,5%). Ao se analisar o prontuário dos 120 RNs internados na UTI, utilizando o conjunto de 17 gatilhos propostos, identificou-se 261 rastreadores, a uma proporção de 2,18  2,31 rastreador por paciente e variabilidade de 0 a 10. Destes 261 rastreadores, 161 foram positivos para eventos adversos, resultando em uma uma proporção de 1,34 eventos por paciente. A incidência de pacientes com EA foi de 50%, sendo que 49 apresentaram pelo menos um EAM. Os principais identificados foram IRAS, hiperglicemia, uso de antibiótico, aumento na frequência das evacuações e hiponatremia. O valor preditivo positivo geral dos rastreadores foi de 61,69, o que sugere qu o uso de um conjunto de rastreadores pode ser uma ferramenta útil na busca ativa de EA em RN internados em UTI neonatal. Os rastreadores apresentaram variação no VPP, com destaque para alta efetividade dos gatilhos extubação acidental, hipocalcemia, IRAS e hiponatremia. Entretanto, outros, como fenobarbital, flumazenil, hipernatremia e naloxona apresentaram baixa efetividade na detecção tais eventos. Além disso, foram identificados 60 eventos adversos sem a presença de rastreadores, como lesão nasal, perda de acesso venoso, vômitos e laringite pós extubação

CONCLUSÃO: O estudo apresenta alta incidência de pacientes com eventos adversos, indicando a importância da continua investigação e análise desse tema. A comparação com outros estudos também destaca a variabilidade nas taxas encontradas, evidenciando a necessidade de padronização nas definições e metodologias para busca ativa de eventos adversos


BIBLIOGRAFIA: 1. Hepler C, Strand L. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care. Vol. 47. 1990. p. 533–42. 2. World Health Organization (WHO). Medication Safety in High-risk Situations. 2019;(June):4–11. Disponível em . Acesso em 5 de junho de 2020. 3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) . Resolução da Diretoria Colegiada - RDC No 406, de 22 de julho de 2020, 2020.



PALAVRA-CHAVE: neonatologia; rastreadores; farmacovigilância



ÁREA: Ciência Básica

NÍVEL: Mestrado



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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