XIV Semana de Pesquisa - 2023


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Padrões Alimentares, IMC, Influencers e Aspectos Psicológicos em estudantes de graduação em Nutrição

Autores: Maria Cristina de Oliveira Regina, Isabela Soler Garbuio


Link: https://youtu.be/CoewTbSLAbc


RESUMO

INTRODUÇÃO: O padrão alimentar pode altera-se tanto por novas rotinas em razão de atividades acadêmicas cotidianas como em razão de padrões adquiridos motivadas por variações econômicas ou por repercussão de padrões propagados em mídias sociais, difundidas por "influencers" com foco em alimentação e padrões de beleza. Estados psicológicos vem sendo associados a hábitos alimentares que podem ser reforçados por estados emocionais, especialmente após uma longa experiência de distanciamento social, promovido pela pandemia de Covid 19, da qual os estudantes ficaram livres somente em 2022, com o retorno a atividades presenciais, ainda que com restrições como o uso de máscaras em ambientes fechados.

OBJETIVOS: Verificar o padrão alimentar dos estudantes e relaciona-los aos IMCs Verificar associações entre padrões alimentares e aspectos psicológicos como estresse, ansiedade e depressão Verificar associação entre padrão alimentar e comportamento alimentar, bem como a seus transtornos. Verificar associação entre padrão alimentar e adesão a influencers com foco em alimentação

MÉTODOS: Método exploratório, com amostra de alunos do curso de nutrição, ambos os gêneros (feminino prevalente), ingressantes em 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022. De 300 alunos, estabeleceu-se uma amostra de 155 alunos, porém apenas 57 aderiram durante o período de coleta de dados, possivelmente por recente retorno a atividades presenciais. Os dados foram submetidos a testes estatísticos: Exato de Fisher, Qui-Quadrado, Kruskal-Wallis e Dunn.

RESULTADOS: Considerando-se o IMC, aqueles que estavam abaixo do peso consumiam sucos diariamente sugerindo transtorno alimentar em desenvolvimento. Se o IMC atual estava acima do peso normal havia score mais elevado no EAT-26 para dieta (média 8,00, mínima 4,00 e máxima 10,00, p=006) e risco baixo de bulimia ou preocupação com alimentação (média 2,85, mínimo Mn 1,00 e máxima Mx 5,00,p=0.058).Se tinham diagnóstico anterior de transtorno alimentar tinham score elevado para dieta no EAT-25 ( média de 13, 62, Mn 7,77 e Mx 19,25,p=0.017) Se tinham bulimia consumiam mais queijos gordurosos diariamente, não consumiam diariamente carnes brancas (frango e peixes) (p=0.0356) e consumiam snacks (bolos, lanches) caseiros diária ou semanalmente (40% e 40%,p=0.017)(sem bulimia, mensalmente:67%);usavam adição de sal diária ou semanalmente( 40%,p=0.031)(sem bulimia, mensalmente:13,46%. diário-1,92%).Com Compulsão Alimentar tinham altos escoares para dieta no EAT-25( média 18,25, Mn 11,50 e Mx 24,25,p=0.0036) mas massas como macarrão não compunham a dieta diária ou mensal, apenas semanal(50%, p=0.015)( sem compulsão alimentar mensal:81,13%);e consumiam chocolates diariamente (50%,p=0.031)(sem compulsão, semanal 69,81% ou mensalmente 5,66%).Participantes que praticavam atividade física consumiam frutas diariamente(p=0.029), não consumiam snacks industrializados(55,56%, p=0.034) e não faziam uso de açúcar de adição (53,33%,p=0.00630),mas sem atividade física sim diariamente(50%).Se participantes seguiam influencers as vezes ou muitas vezes havia uso diário de sal de adição( 53% e 53% ,p=0.019), consumiam chás antes da pandemia (58%,p=0.006), óleos vegetais (semanal) (38%,p=0.037)e azeite após a pandemia(38%,p=0.028%);se sentiam-se pressionados por influencers muitas vezes ou sempre por estilo de vida consumiam carne diariamente(61%, p=0.0060) e não consumiam doces, compotas diariamente, mas semanal ou mensalmente(,44%,33%,p=0.030);se sentiam-se pressionados as vezes ou muitas vezes consumiam álcool semanalmente( 55%,66%,p=0.042)(adição?), corroborado ao indicarem aumento de ingestão de álcool durante pandemia(55%,61%,p=0.0078).Se as vezes achavam que não se alimentavam adequadamente baseado em redes sociais consumiam doces e compostas semanalmente (48%), se muitas vezes, mensalmente ( 47%),p=0.0096); se as vezes, bebidas alcoólicas semanalmente (76%), se muitas vezes, mensalmente( 33%),p=0.0066); se não se sentiram pressionados, aumentaram a ingestão de frutas e verduras na pandemia (86%), se as vezes, (62%); se muitas vezes (47%)p=0.041; se muitas vezes aumentaram de consumo de alimentos ultraprocessados durante a pandemia (53%) p=0.014; se muitas vezes aumentaram a ingestão de álcool durante a pandemia (73%) e se as vezes( 57%),p=0.0029; se muitas vezes o score do EAT-26 para dieta e para bulimia era mais elevado: media 9,22( Mn 5,00/Mx 11,00)p=0.0014, média 3,06(Mn 1,25/Mx 4,50)p=0.0009, média 3,08 (Mn 0.25/Mx 4.50)

CONCLUSÃO: Com limitada generalização , esta amostra apresentou pouca prevalência de transtornos alimentares porém se havia bulimia o padrão alimentar parecia privilegiar queijos gordurosos, snaks caseiros, adição de açúcar com maior frequência, enquanto com compulsão alimentar os chocolates eram mais frequentemente consumidos. Os participantes com atividade física mostraram melhor padrão alimentar evitando itens deletérios e escolhas mais conscientes de alimentos ditos saudáveis. Tanto a pandemia como o sentir-se pressionado por estilo de vida preconizado por influencers tinha associação com aumento do consumo de álcool sugerindo alguma tendência adicta sob pressão externa, a qual pode corresponder algum fator interno não elaborado dos sujeitos durante a pandemia, uma vez que os níveis de estresse , ansiedade e depressão se elevaram durante o distanciamento social segundo a literatura.


BIBLIOGRAFIA: BRASIL, Estado de São Paulo, São Paulo. Decreto nº 64.881, de 22/03/2020. Decreta quarentena no Estado de São Paulo, no contexto da pandemia do COVID-19 (Novo Coronavírus), e dá providências complementares. Diário Oficial Estado de São Paulo, volume 130, número 57. De Almeida, GM; Recine, E.; Fagundes, A. Objetivos e Competências em Educação Alimentar e Nutricional na Graduação em Nutrição Brasileira. J. Nutr. Educ. Comportamento 2020 , 52 , 385-393 IBGE. Desemprego em 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php . Malta, Deborah Carvalho et al. Doenças crônicas não transmissíveis e mudanças nos estilos de vida durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 2021, v. 24 [Acessado 23 Fevereiro 2022] , e210009. Disponível em: . Epub 03 Maio 2021. ISSN 1980-5497. Obara, Angélica Almeida, Vivolo, Sandra Roberta Gouvea Ferreira e Alvarenga, Marle dos Santos. Preconceito relacionado ao peso na conduta nutricional: um estudo com estudantes de nutrição. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2018, v. 34, n. 8. Epub 20 Ago 2018. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311X00088017. REDE PENSSAN. VIGISAN Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Brasil, 2021. SANTANA, AG; COSTA, MLG da; SHINOHARA, NKS Alimentação em tempos de pandemia Coronavírus: a ressignificação de uma prática cotidiana e alimentar. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , [S. l.] , v. 10, n. 3, pág. e50410313442, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13442. SILVA, Silvia Alves da; PIRES, Patrícia Fernanda Ferreira. A influência da mídia no comportamento alimentar de mulheres adultas. Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, [S.l.], v. 35, n. 69, p. 53-67, out. 2019. ISSN 2596-2809 Son, Changwon et al. Effects of COVID-19 on College Students' Mental Health in the United States: Interview Survey Study. Journal of medical Internet research vol. 22,9 e21279. 3 Sep. 2020, doi:10.2196/21279 Teles, Isabela; Medeiros, Juliana e Maynard, Dayane. A influência das redes sociais no comportamento alimentar e imagem corporal em mulheres: Uma revisão de literatura. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Faculdade de Ciências da Educação e Saúde. Vartanian, L; Porter, A. Weight stigma and eating behavior: A review of the literature. Appetite, volume 102, 2016. Pages 3-14, ISSN 0195-6663, https://doi.org/10.1016/j.appet.2016.01.034.



PALAVRA-CHAVE: padrão alimentar, comportamento alimentar, transtorno alimentar, estresse, ansiedade, depressão, IMC,



ÁREA: Clínica Médica

NÍVEL: Graduação



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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