RESUMO
INTRODUÇÃO: Câncer em geral é um problema de saúde pública mundial, o câncer colorretal
(CCR) é a quarta neoplasia mais incidente no Brasil e apresenta alta
incidência populacional e alto índice de mortalidade, fato relacionado
principalmente ao estágio das lesões no momento do diagnóstico.
O sistema de reparo de DNA atua durante o processo de replicação
e reparo do DNA e é responsável pela substituição de nucleotídeos
que apresentem erro de pareamento. Indivíduos portadores e com
recorrência familial de inativação desse sistema juntamente com
alterações no gene APC, são mais propensos ao acúmulo errôneo de
nucleotídeos pareados e, consequentemente, maior predisposição à
carcinogênese colorretal hereditário presente, principalmente,
nas síndromes clássicas Lynch e Polipose Adenomatose Familial (PAF).
OBJETIVOS: O objetivo desse trabalho é esclarecer sobre a prevalência, penetrância das alterações genéticas
e os tipos de tumores a elas associadas, para familiares portadores
dessas alterações genéticas associadas a essas síndromes , a fim de melhor definir e individualizar
as futuras probabilidades de câncer nesses indivíduos.
Para isso, foi iniciado o processo de aconselhamento
genético (pré e pós teste genético) de membros de
famílias portadores do CCR hereditário para identificar e
explicar as mutações, e estratificar esses indivíduos de
acordo com o risco de desenvolver tumor. E, em seguida,
sugerir as recomendações de seguimento para o diagnóstico precoce e
estratégias personalizadas de redução de risco.
MÉTODOS: O presente estudo tem como casuística, 38 famílias selecionadas, das quais
24 famílias com diagnóstico clinico de Lynch e 8 famílias com suspeita clínica de PAF
e 6 famílias sem 6 casos excluídos por não apresentarem dados anatomopatológicos
e de avaliação clinica no serviço de Oncogenética. Utilizamos como ferramenta de analises, heredograma e ficha clínica de anamnese. Os testes genéticos (paineis multigênicos) foram realizados por laboratórios parceiros de analises genômica (DASA e Mendelics) e a análise de variantes pontuais familiares foram realizadas no laboratório de Genética Molecular do Departamento de Genética Médica da FCM.
RESULTADOS: Até o momento, das 32 famílias do presente estudo, 9 famílias tiveram diagnóstico definitivo por teste molecular. Sendo7 Lynch, com prevalência de variante patogênica em MLH1 (c. 1276C>T; c.1013A>G), seguida de mutações em MSH2 (c.388-389del) . E até o momento, uma
família teve o diagnóstico molecular confirmando PAF (APC:c.4434_4442delinsCA), todos receberam
aconselhamento genético pós teste com recomendações especificas de seguimento e rastreio para prevenção precoce.
CONCLUSÃO: Com isso, podemos concluir, até o momento, que é importante o investimento no
na aplicação de testes genéticos apropriados pode fornecer estimativas de risco
aumentado de câncer em pacientes com história pessoal e familial sugestivas, por meio da descoberta de variantes patogênicas, isso será importante para iniciarmos precocemente os cuidados antecipatórios. Por fim, concluímos que a história familial de CCR ainda é um critério importante para definir risco aumentado de câncer hereditário. A identidade molecular de famílias em risco é de fundamental
importância para prosseguimos com a gestão clínica do cuidado
personalizado. Além de colaborar com estudo dos associados a fatores de risco genéticos e ambientais dessa
neoplasia a fim de facilitar um diagnóstico precoce e aumentar as
taxas de cura e da qualidade de vida dessas famílias.
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PALAVRA-CHAVE: 1. câncer colorretal, 2. câncer colorretal hereditário, 3. polipose adenomatosa familial, 4. síndrome de Lynch, 5. rastreamento e tratamento. 6. testes genéticos 7. diagnósticos moleculares