XIII Semana de Pesquisa - 2022


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Polimorfismo no gene ABCC2 e reações adversas ao tratamento de carboplatina e paclitaxel em pacientes com carcinoma de não pequenas células de pulmão

Autores: CECILIA SOUTO SEGUIN, Pedro Eduardo Nascimento Silva Vasconcelos, Giovana Fernanda Santos Fidelis, Mariana Vieira Morau, Aristóteles Souza Barbeiro, Lair Zambon, Mauricio Wesley Perroud Junior, Eder Pincinato , Patricia Moriel


Link: https://youtu.be/DowJpbX5REo


RESUMO

INTRODUÇÃO: A estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 indica que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer no Brasil, sendo 30 mil decorrentes do câncer de pulmão¹, o qual pode ser classificado em dois tipos histológicos diferentes: câncer de pulmão de pequenas células que é altamente agressivo e corresponde a 15% dos casos diagnosticados e o câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) que corresponde a 85% dos casos, sendo subdividido em: carcinoma de grandes células, carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma, sendo o último o de maior prevalência². A descoberta tardia e já em estágios avançados restringe o tratamento à quimioterapia. Os principais tratamentos dos CPNPC são os quimioterápicos derivados de platina, associados a outros quimioterápicos, destacando-se a combinação carboplatina e paclitaxel4. A efetividade do tratamento é de aproximadamente 30%, porém apresentam alta prevalência de reações adversas ao medicamento (RAMs), devido ao seu mecanismo sistêmico. O gene ABCC2 pertencem à família das proteínas ABC e está envolvido no transporte de várias moléculas, como quimioterápicos, e polimorfismos neste gene podem estar relacionados a resposta e RAMs comprometendo a eficácia do tratamento e levando a uma piora da qualidade de vida do paciente5.

OBJETIVOS: Avaliar a prevalência das principais RAMs e verificar a frequência dos polimorfismos no gene ABCC2 (rs717620) nos pacientes que apresentaram RAMs renais e hematológicas após o primeiro ciclo de quimioterapia com carboplatina associada a paclitaxel em pacientes com carcinoma de não pequenas células de pulmão tratados no Hospital de Clínicas da Unicamp.

MÉTODOS: Foram realizadas coletas de sangue dos pacientes para análise de RAMs antes da primeira sessão de quimioterapia e após 21 dias. As RAMs avaliadas neste trabalho foram as hematológicas, hepática, renal e gastrointestinais, classificadas de acordo com os Critérios Comuns de Toxicidade (CTCAE - versão 4). Para a análise dos polimorfismos foi coletado 4ml de sangue periférico, a extração do DNA foi realizada por kit comercial (Wizard®genomic DNA purification Kit, Promega®) e a análise de polimorfismos pelo sistema de genotipagem TaqMan® Genotyping Assays (Life Technologies, Foster City, CA) por reação de PCR real-time.

RESULTADOS: Foram incluídos 85 pacientes com idade média 62,2 anos, em sua maioria homens (55%), caucasianos (85%), tabagistas acentuados (35%), abstêmios (35%), com performance status (KPS) de 100% (88%) e o tipo histológico adenocarcenoma (63%). Em relação as RAMs, observou-se a ocorrência de RAMs hematológica em 72% dos pacientes sendo a anemia (40%) a mais importante RAM hematológico. Dos pacientes incluídos 61% apresentaram as RAMs gastrointestinais: náuseas (25%), vômito (8%) e diarreia (18%) com predomínio de grau 1. RAMs hepáticas (59%) também foram observadas em grau 1. RAMs renais foram observadas em 74% dos pacientes em grau 1: creatinina aumentada (5%), redução do clearance de creatinina (28%), Hiperuricemia (6%), Hiponatremia (24%), Hipomagnesemia (12%), Hipocalemia (4%) e Hipocalcemia (18%). O genótipo estudado estava no equilíbrio de Hardy-Weinberg. No gene ABCC2, para rs717620, foi observado heterozigose (CT), na maioria dos pacientes (56%), 28% dos indivíduos mostram-se homozigoto CC e 15% homozigoto TT. Os pacientes com o genótipo CC manifestaram mais RAMs hematológicas (54%) quando comparado com os genótipos CT+TT (16%), o que também ocorreu para RAMs renais, sendo 44% dos pacientes com genótipo CC e 9% dos genótipos CT+TT, estando no equilíbrio de Hardy-Weinberg.

CONCLUSÃO: Nosso estudo demonstra que que a maioria dos indivíduos do estudo trata-se de homens caucasianos com idade média de 62,2 anos. As RAMs hematológicas, gastrointestinais, reais e hepáticas tem alta prevalência neste grupo de pacientes. Os dados ainda sugerem que indivíduos homozigotos CC para o Gene ABCC2 (rs717620) tem maior risco de ter RAMs hematológicas e renais quando comparados aos outros genótipos (CT + TT).


BIBLIOGRAFIA: 1- World Health Organization [homepage na internet]. Cancer [acesso em 2 abril 2022]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cancer. 2- Araújo A, Magalhães M, Febra J, Coutinho F, Rosendo E, Castro A, Araujo A, Ferreira G, Marinho C, Rocha E. Terapêutica após progressão do carcinoma do pulmão de não pequenas células precoce ou localmente avançado tratado com quimioterapia. Revista GECP 2014 Set; 2: 17-22. 3- Dela Cruz CS, Tanoue LT, Matthay RA. Lung câncer: epideimiology, etiology, and prevention. Clin Chest Med 2011 Dez; 32(4): 605-44. 4- Oliveira PI, Pereira CAC, Belasco AGS, Bettencourt ARC. Comparison of the quality of life among persons with lung cancer, before and after the chemotherapy treatment. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2013 Jun;21(3):787-794. 5- Peethambaram P, Fridley BL, Vierkant RA, Larson MC, Kalli KR, et. al. Polymorphisms in ABCB1 and ERCC2 associated with ovarian cancer outcome. Int J Mol Epidemiol Genet 2011 Mai; 2(2):185–195.



PALAVRA-CHAVE: Polimorfismo; Carboplatina, Paclitaxel, Cancer de pulmão, reação adversa



ÁREA: Genética

NÍVEL: Doutorado

FINANCIAMENTO: Capes



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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