XIII Semana de Pesquisa - 2022


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Suplementação oral de IL10 reestabelece a tolerância ao frio de camundongos neonatos IL10-KO

Autores: Bruna Bombassaro, Ana Luisa Gallo Ferraz , Marcela Reymond Simões, Licio Augusto Velloso, Eliana Pereira de Araújo


Link: https://youtu.be/oCnXU2XuIWQ


RESUMO

INTRODUÇÃO: O tecido adiposo marrom (BAT) está presente em mamíferos e, em adultos humanos, só recentemente foi identificado abrindo um leque de pesquisas. Em humanos neonatos sua abundância já era conhecida e sua importância na manutenção da temperatura em bebês é fundamental já que no primeiro ano de vida, o recém-nascido é incapaz de realizar shivering (tremor) para se aquecer, dependendo exclusivamente do BAT para isso. Em trabalho anterior do nosso grupo, a ausência de IL10 em modelo animal adulto levou a uma menor tolerância ao frio, ou seja, esses animais não foram capazes de responder adequadamente às baixas temperaturas, alguns inclusive chegando ao óbito. Este trabalho demonstrou que a IL10 atua na morfologia e funcionamento adequado das mitocôndrias no tecido adiposo marrom. Essa organela é responsável por produzir ATP, nossa fonte de energia, a partir de substratos energéticos. No BAT, a presença da proteína desacopladora, UCP1, desvia o uso dos substratos energéticos da ATP sintase, para produção de energia, para a produção de calor.

OBJETIVOS: Nosso objetivo foi verificar se a IL10 seria importante na termorregulação de camundongos neonatos, que assim como de humanos, dependem exclusivamente do BAT para manter sua temperatura. Recém-nascidos de camundongos não possuem pelos e também não realizam shivering, sendo o BAT imprescindível para a função de produção de calor.

MÉTODOS: Expor camundongos neonatos (dia pós-natal 8 – P8) tanto knockout para IL10 como wild type (C57) ao frio (18ºC) e verificar sua resposta. Analisar tanto a temperatura corporal, por probe, como a temperatura do BAT interscapular por câmera termográfica nos diferentes tempos de exposição ao frio. Verificar o efeito do leite sobre a termorregulação através de experimento de foster, no qual a mãe KO alimenta tanto filhotes wild type como KO e a mãe wild type também amamenta os dois modelos.

RESULTADOS: No dia P8 após o nascimento, quando expostos ao frio (18ºC) por 6 horas, os neonatos KO para IL10 apresentaram uma resposta pior ao frio. Quando eles foram amamentados por mãe wild type, do dia 1 pós nascimento até o dia 7 e expostos ao frio no dia 8, eles recuperaram a resposta ao frio, ficando semelhantes aos camundongos wild type. A suplementação oral com IL10 em camundongos KO também parece ter efeito sobre a resposta ao frio. Além disso, camundongos apresentam aumento da expressão de secretina no duodeno após administração oral de IL10, mostrando um efeito direto da IL10 sobre a termorregulação.

CONCLUSÃO: A suplementação oral de IL10, quer seja através do leite materno ou através da citocina recombinante, é capaz de reverter a intolerância ao frio. Um dos possíveis mecanismos para esse efeito é através do estímulo da produção de secretina que atua ativando o BAT.



PALAVRA-CHAVE: tecido adiposo marrom, IL10, termoregulação, leite



ÁREA: Ciência Básica

NÍVEL: Pós-doutorado

FINANCIAMENTO: FAPESP



Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Estadual de Campinas
Correspondência:
Rua Tessália Vieira de Camargo, 126. Cidade Universitária Zeferino Vaz. CEP 13083-887 – Campinas, SP, Brasil
Acesso:
R. Albert Sabin, s/ nº. Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP: 13083-894. Campinas, SP, Brasil.

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