O Auditório da FCM recebeu culto ecumênico em celebração à memória do professor Flávio César de Sá, docente da Disciplina de Ética e Bioética do Departamento de Saúde Coletiva, falecido em agosto deste ano. O evento, ocorrido em 18 de outubro, Dia do Médico, foi organizado pela Associação de Ex-alunos e Amigos da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Alumni/FCM).

A celebração reuniu egressos, alunos, docentes e funcionários da Faculdade de Ciências Médicas e Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Também renderam suas homenagens os religiosos: João Silvio Rocha, pastor; Norberto Tortorello Bonfim, padre; João Batista, zelador de umbanda e psiquiatra que atuou no HC; e Jamiro da Silva Wanderley, espírita e docente da Pós-Graduação em Clínica Médica que trabalha com o tema da espiritualidade.

O presidente da Alumni, Jorge Curi, fez a abertura da solenidade. “Todos nós estamos muito emocionados. Gostaria de agradecer especialmente à Márcia, esposa do Flávio, por ter nos permitido fazer essa homenagem. Devemos lembrar do médico e professor, que em toda sua trajetória, além de cuidar das pessoas, soube ensinar; que mesmo com todas tecnologias e inovações, que são positivas, nós não podemos perder a essência, que é a relação médico-paciente”, declarou.

O neurocirurgião do HC, Venâncio Pereira Dantas Filho, apresentou a história especial de quando viajou com Flávio e outros colegas à ilha de Cós, na Grécia, em 2016. Na ocasião, receberam da Fundação Hipocrática Internacional uma muda da terceira geração do plátano hipocrático original, que foi depois plantada na FCM. “Todos aqui estão reunidos em nome do Flávio. A gente com certeza divide o amor que sentia por ele. Hoje, num dia muito bonito e significativo de primavera, vamos plantar o nosso amigo. A folha dele caiu e vai fazer parte da árvore do plátano. Que outras gerações venham e recebam a força que o Flávio carrega por meio do seu legado”, discursou Venâncio, comovido.

Ao final de seu discurso, Venâncio leu as palavras de Rubem Alves, escritor e professor emérito da Unicamp: “Antes que qualquer árvore seja plantada é preciso que as árvores tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles”.

A chefe da disciplina de Ética e Bioética, do Departamento de Saúde Coletiva da FCM, Daniela Pompei Sacardo, destacou o caráter pioneiro de Flávio ao implantar a Bioética na faculdade. “A gente usa isso como matéria-prima para juntar a arte e a prática médica. Em relação a seu legado a partir do exemplo, Flávio foi alguém que se comprometeu com a educação ética dos médicos e deixou lições para os estudantes e o corpo docente. O Flávio, de fato, era um líder. O luto que a gente vive hoje é o preço do amor que a gente tem por ele”, disse a docente, lembrando que as falas do professor continuam a ser trabalhadas na faculdade.

A cerimônia teve ainda apresentação musical de sexteto formado por alunos e egressos da Unicamp, que reúne Paulo Dalgalarrondo, Fábio Husemann Menezes, Tristan Guillermo Torriani, Klaus Weiss, Roberto Teixeira Mendes e Juliano Reis. Eles apresentaram números clássicos e populares, como “Let it be”, dos Beatles.

Após o encerramento da cerimônia, o público se dirigiu ao Jardim Memorial da FCM, onde as cinzas do professor Flávio foram depositadas à sombra do plátano. A árvore foi plantada pelo professor em outubro de 2017, no contexto das comemorações do Dia Mundial da Bioética.

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