Unicamp integra consórcio europeu de pesquisa sobre epilepsia. Investimento é de 11,5 milhões de euros
Publicado por: Camila Delmondes
07 de outubro de 2015

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A Unicamp passa a integrar o recém-formado consórcio EpimiRNA que envolve 16 pesquisadores de oito países europeus, Estados Unidos e Brasil para investigar os mecanismos moleculares, diagnósticos e tratamentos da epilepsia. O valor do financiamento é de 11,5 milhões de euros e vale para os próximos quatro anos. Na Unicamp, o projeto será coordenado por Íscia Lopes-Cendes, professora do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia. As causas para a epilepsia não são suficientemente entendidas e muitos pacientes não respondem de forma positiva aos tratamentos disponíveis hoje em dia. Descobertas recentes identificaram um novo tipo de molécula em células chamadas de microRNA. Essas moléculas podem controlar as alterações químicas do cérebro que acompanham o desenvolvimento e evolução da epilepsia.

O consórcio EpimiRNA é um esforço interdisciplinar entre pesquisadores, geneticistas, médicos, especialistas em ciências moleculares avançadas e empresas de pesquisa para compreender os mecanismos moleculares, diagnósticos e desenvolvimento de novas terapias à base de microRNA para evitar o desenvolvimento da epilepsia ou a ocorrência de convulsões.

De acordo com a médica e pesquisadora da FCM Íscia Lopes-Cendes que participou das etapas de elaboração do projeto, a competição de propostas foi muito acirrada e o EpimRNA foi o melhor colocado entre as três propostas aprovadas pelo edital da União Europeia. O nome dela e do professor e pesquisador Fernando Cendes, também da FCM, foram cogitados pelos coordenadores do projeto já na fase de início das discussões por serem reconhecidos internacionalmente pela qualidade de seus trabalhos genéticos e de neuroimagem em epilepsia.

“Nosso grupo será corresponsável, juntamente com a equipe da universidade de Duke, dos Estados Unidos, por toda a parte genética do estudo. O sequenciamento do genoma dos 350 pacientes brasileiros que foram e serão recrutados para o estudo será feito no Laboratório de Genética Molecular e a análise de dados será feita no Laboratório de Bioinformática, ambos ligados ao Departamento de Genética Médica da FCM da Unicamp”, explicou Íscia.

O projeto, segundo Íscia, abre a possibilidade do grupo da Unicamp interagir com pesquisadores altamente qualificados, aumentar a visibilidade da equipe perante outros pesquisadores e agências de fomento internacionais, além de permitir que novas parcerias surjam no futuro.

Na Unicamp, os pesquisadores coordenados por Íscia Lopes-Cendes que participam do projeto EpimRNA são: Fábio Rossi Torres, Patrícia Aline Oliveira Ribeiro, Benilton Carvalho, Rodrigo Secolin e Murilo Borges. Os pesquisadores coordenados pelo médico Fernando Cendes e que também integram o grupo são: Ana Carolina Coan, Márcia Morita, Marilza Lima Santos e Rodrigo Secolin. O apoio ao desenvolvimento do trabalho é de Sônia Neves Romeu, secretaria do programa Cepid Brainn, de Silvia Motta e Maria Luiza Moretti, respectivamente, gerente e coordenadora do Escritório de Internacionalização da FCM.

O consórcio é coordenado pelo professor David Henshall, do Royal College of Surgeons da Irlanda (RCSI) e pelo professor Felix Rosenow, da Universidade Philipps de Marburg da Alemanha. Os demais professores e parceiros acadêmicos do consórcio são: Jochen Prehn, Gianpierro Cavalleri e Norman Delanty, também do RCSI; Gerhard Schratt, Carsten Culmsee, Rainer Schwarting e Karl M. Klein, também da Universidade Philipps Marburg; Jeroen Pasterkamp, do Centro Médico da Universidade de Utrecht da Holanda; Stephanie Schorge da University College of London do Reino Unido; Paolo Fabene da Universidade de Verona da Itália; Hajo Hamer da Friedrich-Alexander Universität Erlangen de Nuernberg na Alemanha; David Goldstein da Universidade de Duke dos EUA; Jorgen Kjems da Universidade de Aarhus da Dinamarca; Jens Andersen da Universidade do Sul da Dinamarca.

O projeto é acompanhado por empresas experientes nas áreas de microtécnicas, como Dixi (França), Cerbomed GmbH (Alemanha), Interna Technologies (Países Baixos), Bicoll GmbH (Alemanha - China), Plataformas de BC (Finlândia) e Gabo:Mi (Alemanha). O projeto é financiado pelo Programa da União Europeia "Sétimo Programa-Quadro", sob acordo de subvenção n° 602.130 a partir de setembro 2013 a agosto de 2018.



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