Nos meses de setembro e outubro aconteceram mais dois encontros do curso de Saúde Mental Relacionada ao Trabalho. O primeiro encontro foi dia 29 de setembro e teve a participação de Vera Salerno e Márcia Hespanhol Bernardo. O segundo encontro foi no dia 20 de outubro e teve a participação de Beatriz de Paula Lima Sousa, Luís Fernando Pereira da Silva e Silvana Proença Marchetti, integrantes do grupo de pesquisa do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (LEIPSI) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Ambos encontros ocorreram no Salão Nobre da FCM.

“Uma coisa é se aposentar com 75 anos fazendo trabalhos burocráticos e outra coisa é se aposentar com a mesma idade fazendo trabalhos pesados, braçais. Os trabalhadores não entendem de anatomia, mas quando pedimos para eles repetirem o movimento que fazem durante o trabalho, está claro para nós qual é o tendão que está lesado”, disse a médica Vera Salerno durante o encontro de setembro.

De acordo com Márcia Hespanhol Bernardo, o maior desafio na saúde mental é estabelecer o nexo entre a doença com o trabalho, denominado nexo causal. “Existem discursos hegemônicos que dizem que o trabalho faz bem. Um dos problemas é associar o estresse e a depressão, por exemplo, a questões individuais, sem analisar se o ambiente de trabalho está ou não influenciando no adoecimento das pessoas. Esse é um desafio”, disse Márcia.

Uso de substâncias psicoativas
Beatriz de Paula Lima Sousa, Luís Fernando Pereira da Silva e Silvana Proença Marchetti, integrantes do grupo de pesquisa do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (LEIPSI) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp realizaram o encontro do dia 20 de outubro. O tema foi o uso de substâncias psicoativas e trabalho.

Durante o encontro, eles relataram casos reais de pessoas que usam as drogas em locais de trabalho para aumentar a produção ou então após o trabalho, para aliviar o estresse e a pressão das obrigações diárias da profissão. “Quem nunca usou álcool, café, tabaco, guaraná ou anfetaminas para lutar contra a fatiga cotidiana ou melhorar a concentração”, indagaram os integrantes do LEIPSI de forma provocativa a movimentar os grupos de discussão sobre o tema.

No mês de novembro ocorrerão mais dois novos encontros dentro da série de capacitações em Saúde Mental Relacionada ao Trabalho. As datas estão na agenda da FCM. Os encontros são destinados aos profissionais da rede de saúde, têm duração aproximada de duas horas e trinta minutos.

O curso é organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação "Prof. Dr. Gabriel Oliveira O. S. Porto" e pelo programa de Residência Multidisciplinar em Saúde Mental e Coletiva, com o apoio do Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde (CETS) da Prefeitura Municipal de Campinas.