A Comissão de Gestão Ambiental (CGA) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp promoveu, na última quinta-feira (30), mais uma edição da Capacitação em Manejo de Resíduos de Laboratório. A ação teve como objetivo, capacitar os profissionais da unidade para o correto manejo dos resíduos químicos, biológicos e comuns, decorrentes das atividades de pesquisa e assistência, em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Biólogos, biologistas, bioteristas, biomédicos, técnicos, auxiliares de laboratório, dentre outros profissionais que atuam em áreas laboratoriais da FCM, assistiram palestras sobre o manejo de resíduos químicos, biológicos e comuns, proferidas pelos biólogos Roberto Cesar Stahl e Michiko Regina Ozaki, e pela química Karina Lins, membros da CGA da FCM. Na ocasião, os participantes puderam esclarecer dúvidas pertinentes ao dia a dia de trabalho, dentre as quais, o descarte e o armazenamento adequado de diferentes substâncias e materiais.

A próxima capacitação ocorrerá no dia 5 de abril. Inscrições.

Preocupação mundial

Frascos lacrados com substâncias intactas, solventes químicos utilizados parcialmente, sangue contaminado, luvas, produtos decorrentes de reações. Muitos são os resíduos decorrentes das diversas pesquisas que ocorrem de forma ininterrupta, no mundo todo. Mas, qual o preço pago pelo meio ambiente em relação à produção científica?

“Muitas vezes, enquanto pesquisadores, nossa lógica está debruçada na compra de produtos. Isso tem um preço, porque o que não é utilizado, precisa ser descartado. Precisamos reverter isso. De que adianta ter quatro ou cinco artigos publicados em revistas de impacto internacional, se estou gerando resíduos desnecessariamente”, questiona o professor do Departamento de Saúde Coletiva da FCM e coordenador da CGA, Herling Gregorio Aguilar Alonzo.

De acordo com o professor, no mundo inteiro, o impacto ambiental causado pela produção científica já é uma questão comum a muitas universidades, e que passa a preocupar a Unicamp, cada vez mais. “Na atualidade, nossa universidade corre atrás do problema. Estamos atrasados. Aos 50 anos, ainda não contamos com um Plano Diretor, não temos a nossa Agenda21, e estamos tentando acertar o nosso licenciamento ambiental”, explica Alonzo.

A propor capacitações regulares quanto ao manejo de seus resíduos, a FCM dá um passo à frente dessas discussões, com o delineamento de ações e sistematização de trabalhos quanto a responsabilidade ambiental da unidade. “Atualmente, os resíduos produzidos pela FCM já são encaminhados para a sua destinação final. Trabalhamos, agora, na reforma de um depósito exclusivo de resíduos para a faculdade. Nossa meta é zerar a geração de resíduos. A partir dessa meta, podemos observar que é possível reduzir, significativamente, a produção de resíduos em nossos diferentes espaços”.