Qualidade da dieta aumenta com idade e escolaridade, aponta pesquisa da FCM
Publicado por: Camila Delmondes
11 de maio de 2016

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A qualidade da alimentação tende a melhorar com o aumento da idade e da escolaridade é o que aponta pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, que analisou a alimentação de 3.382 indivíduos, a partir dos 10 anos, segundo sexo, idade e nível de escolaridade. “São necessárias estratégias de promoção da alimentação saudável para toda população, mas especialmente aos adolescentes e adultos jovens, e pessoas com baixa escolaridade”, alerta a nutricionista Daniela Assumpção, responsável pelo estudo.

A qualidade da dieta foi avaliada por meio do índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), que engloba um conjunto de componentes alimentares, tais como frutas, vegetais, gorduras saturadas e sódio, onde cada item recebe uma pontuação. “A qualidade global da dieta é medida pela soma dos pontos, a partir do nível de consumo do indivíduo, e varia de 0 (dietas não saudáveis) a 100 (dietas saudáveis)”, explica Daniela.

De acordo com o estudo, os adolescentes tiveram o pior padrão alimentar, porque consomem menos cereais integrais, vegetais, frutas e óleos, e consomem mais gorduras sólidas, álcool e açúcares de adição do que os adultos e idosos; já para leite e laticínios, os adolescentes ingerem mais do que os adultos. “O componente de gorduras sólidas, álcool e açúcares de adição é representado por alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes, como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, refrescos em pó e de caixinha, macarrão instantâneo, dentre outros.”, explica.

As pessoas mais escolarizadas ingerem mais grãos integrais, frutas, vegetais, leite e derivados, e também mais gordura saturada do que aquelas que tinham até sete anos de estudo. “Ainda que consumam mais frutas, verduras e legumes, leite e cereais integrais, as quantidades são insuficientes, ou seja, abaixo dos valores recomendados. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008 revelam aumento na aquisição de carnes, embutidos, leite e laticínios, e pratos prontos para aquecer com o crescimento da renda, os quais apresentam gordura saturada”, afirma.

Daniela explica que a má alimentação constitui um dos quatro principais fatores de risco comportamentais relacionados à epidemia de doenças crônicas não transmissíveis, e que só no Brasil, respondem por aproximadamente 70% dos óbitos a cada ano, afetando mais intensamente os segmentos sociais mais desfavorecidos.

“É preciso ampliar o acesso à alimentação saudável investindo em políticas públicas que reduzam os diferenciais de educação e renda na população, investir em ações de promoção da alimentação saudável, especialmente para crianças, adolescentes e adultos jovens, de forma a prevenir o desenvolvimento de doenças relacionadas à má alimentação, regulamentar a publicidade de produtos alimentícios com alto teor de sal, açúcares e gorduras ruins, e resgatar hábitos saudáveis como comer sentado à mesa e preparar as refeições no próprio domicílio”, sugere.   

Realizada em Campinas, no interior de São Paulo, a pesquisa é derivada do Inquérito de Saúde de base populacional ISACamp, que avalia a saúde da população em diversas frentes. A nutrição é uma delas. “O desenvolvimento de pesquisas como essa, em menor âmbito, são essenciais para a compreensão dos determinantes da desigualdade no padrão alimentar em subgrupos populacionais que não são contemplados nos inquéritos nacionais e podem gerar conhecimento para os gestores municipais envolvidos na promoção da saúde e prevenção de doenças”, destaca a pesquisadora.



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