Professora Fernanda Surita, da FCM, participa de lançamento de Cartilhas de Saúde da Mulher Migrante
Publicado por: Karen Menegheti de Moraes
04 de março de 2024

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Texto original: Rafael Brandão/Cocen Unicamp

As professoras Fernanda Surita, coordenadora do Grupo de Pesquisa Saúde Reprodutiva e Hábitos Saudáveis (SARHAS) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), e Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, presidenta da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, lideraram, pela Unicamp, projeto que compreende quatro cartilhas de saúde voltadas às mulheres migrantes. O lançamento foi feito em cerimônia no último dia 27 na Sala do Conselho Universitário (CONSU) e contou com a presença do reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles

Para ampliar a informação e o acesso dessa população ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Cátedra Sérgio Vieira de Mello da Unicamp - órgão vinculado ao Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) – realizou o lançamento do material, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a ONG Panahgah.

Fernanda Surita, professora da FCM, apresentou o escopo da cartilha na cerimônia de lançamento. Foto: Cocen/Unicamp

O conteúdo das cartilhas, produzido por alunas do Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia da FCM, traz uma abordagem educativa e multidisciplinar sobre o atendimento à saúde da mulher e informações sobre o funcionamento do SUS. O material é bilíngue, em inglês e português, e está em processo de tradução para outros idiomas. As cartilhas foram desenvolvidas em linguagem acessível e estão sendo distribuídas em regiões diversas do Brasil na versão impressa, além de amplamente difundidas na versão digital. Estão divididas nos temas “Saúde Geral da Mulher”, “Saúde Reprodutiva”, “Saúde Obstétrica” e “Saúde da Mulher Adolescente”.

Fernanda Surita contou que sua experiência em atendimento contribuiu de maneira valiosa para a concepção da abordagem da cartilha - e falou sobre a importância de divulgar esse material não apenas entre as mulheres migrantes, mas também entre os profissionais de saúde. “A gente atende muitas mulheres nessas condições, inclusive durante o pré-natal, e percebeu a necessidade que existia da ampliação do acesso a essas informações. É preciso ficar muito claro para elas que todas têm direito ao acolhimento e ao cuidado na rede pública”, declarou.

Lançamento reuniu representantes da universidade, organizações não-governamentais e agências internacionais. Foto: Cocen/Unicamp

A validação e revisão das cartilhas contou com a colaboração de refugiadas e diversas profissionais de saúde, como enfermeiras e psicólogas, que contribuíram com suas vivências pessoais e conhecimento técnico. “Espero que esse seja o começo de um grande trabalho para a gente ampliar o cuidado com as mulheres e fazer essa mão dupla de orientar quem faz os atendimentos”, disse Fernanda.

Ana Carolina Maciel explica que a proposta das cartilhas surgiu numa visita à OIM, em Brasília, realizada por uma comitiva da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, e foi motivada pelas dificuldades enfrentadas pelas mulheres migrantes no acesso a informações sobre atendimentos de saúde, além da barreira linguística.

“É difícil conter a emoção de ver essa cartilha pronta. Vai ajudar de maneira decisiva na integração dessas mulheres, para que tenham um atendimento digno. Vivemos num processo histórico patriarcal de apagamento do protagonismo feminino e essa cartilha é dedicada às mulheres e crianças que representam 51% dos deslocados no mundo”, disse. As cartilhas se inserem no escopo mais amplo de ações da Cátedra voltadas ao acolhimento e integração das pessoas em deslocamento forçado, que vão além das atividades estritamente acadêmicas. “Temos colaborado decisivamente em diversas frentes, o que inclui medidas educativas, culturais, projetos de pesquisa e extensão”, declarou Ana Carolina.

O conteúdo das cartilhas foi produzido por alunas do Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Foto: Cocen/Unicamp

“Esse lançamento reflete uma riqueza da nossa universidade: ser capaz de olhar para uma grande diversidade de questões do mundo contemporâneo”, avaliou o reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles. Ele destacou que a Unicamp tem uma tradição de mobilizar os esforços da comunidade acadêmica em torno do enfrentamento de carências e injustiças concretas da sociedade. “Temos a característica de combinar ciência, tecnologia e inovação com objetivos humanísticos. Trata-se de uma visão ética da aplicação do conhecimento. Tem a ver com inclusão, justiça social, igualdade de gênero, igualdade étnica. Gostaria de parabenizar muito essa iniciativa das cartilhas, que é mais um esforço da Unicamp nessa direção”, completou o reitor.

Acesse aqui as Cartilhas da Saúde da Mulher Migrante

Leia o texto original com a cobertura do evento



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